10.6.05

Conversão

Chegou a hora, e o Reino de Deus está perto. Arrependam-se dos seus pecados e creiam no evangelho.
Marcos 1. 15

A experiência que chamamos de conversão é um momento ímpar e necessário. Assemelha-se ao que acontece quando nos deslocamos por uma estrada, objetivando chegar a um determinado destino, e findamos por descobrir que estamos indo para o lado errado. Se eu sair, por exemplo, de Natal pela BR 101 objetivando chegar a Manaus, provavelmente logo descobrirei que meu destino provável será Porto Alegre. Jamais chegarei a Manaus, a não ser que faça uma manobra de conversão e me volte na direção do rumo certo. Estávamos indo para o lado errado e, alertados disso, podemos nos voltar e nos pôr na direção certa. Isso é conversão.
A primeira pregação de Jesus é muito simples. Não passa muito de um apelo à conversão fundamentado em alguns poucos princípios. Em primeiro lugar, é um apelo urgente porque a hora é chegada. É como se o Senhor dissesse aos Seus ouvintes e a cada um de nós: é agora ou nunca. Sua chance é essa e é final: Chegou a hora. A fala de Jesus se assemelha aos apelos anteriores de João Batista. Falando à liderança de Israel, João faz um alerta inquietante: O machado já está pronto para cortar as árvores pela raiz. Toda árvores que não dá frutas boas será cortada e jogada no fogo (Lc. 3. 9). A chance é essa porque Deus está a ponto de lançar o juízo, de cortar as árvores pela raiz. Sem conversão o destino, que virá breve, é ser cortado e lançado no fogo.
Mas o chamado à conversão é urgente também porque o Reino e Seus benefícios estão próximos. É como se Jesus dissesse para não perdermos tempo com bobagens quando, na verdade, a profundidade do Reino de Deus, que é alegria, fé e justiça no Espírito Santo, já está aí, disponível para quem quiser assumir essa nova vida, a nova caminhada convertida. O apelo à conversão é um convite à intimidade do Senhor. É um convite à vivência na dimensão tremenda do Reino de Deus e da profunda comunhão com o Senhor. É um convite ao prazer de usufruir da companhia e da amizade de Jesus. É um convite à nova vida trazida pela graça restauradora de Deus na Cruz de Cristo.
O passo que precisa ser dado para a conversão é o arrependimento e a fé. É preciso se arrepender de seus pecados e crer no Evangelho. Crer que Jesus é exatamente Quem Ele alega ser: o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O Salvador de toda a humanidade. Aquele que concede vida e salvação. Mas é preciso se arrepender. É preciso tomar a iniciativa de se converter do seu caminho errado. E João Batista nos dá uma excelente definição do que Deus requer em termos de arrependimento. Ninhada de cobras venenosas! Quem disse que vocês escaparão do terrível castigo que Deus vai mandar? Façam coisas que mostrem que vocês se arrependeram de seus pecados (Lc. 3. 7 – 8).
Arrependimento não é nada da boca para fora. Arrependimento significa mudança de atitude, mudança de ação. Arrepender-se para se voltar a Deus, se converter, é mudar as práticas de vida em conformidade com aquilo que dissemos. Arrepender-se implica ação prática de mudança vida, decidida conscientemente, realizada no dia a dia. Quando João Batista fala sobre o arrependimento, diversas pessoas lhe vem pergunta acerca de como deverão viver, o que deverão fazer daquele momento em diante: Quem tiver duas túnicas dê uma a quem não tem nenhuma, e quem tiver comida reparta com quem não tem. (...) Não cobrem mais do que a Lei manda! (...) Não tomem dinheiro de ninguém, nem pela força nem por meio de acusações falsas. E se contentem com o salário que recebem (Lc. 3. 11 – 14).
Conversão sem urgência, sem temor, sem fé, sem comunhão com o Deus Triúno e sem mudança de vida e atitude não é conversão de verdade. É espetáculo religioso. A essa falsa conversão, a Palavra de Deus responde de maneira dura, em diversos textos: Ninhada de cobras venenosas! Quem disse que vocês escaparão do terrível castigo que Deus vai mandar? Façam coisas que mostrem que vocês se arrependeram de seus pecados. O meu desejo é que possamos experimentar uma conversão real em nossas vidas, a cada instante, todos os dias.

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