Sei que para além das nuvens
O sol não deixou de brilhar
Só porque a terra escureceu
Kléber Lucas
Eu e você já passamos por uma situação assim. Isto é, se não estivermos passando agora. O tempo está fechado. É impossível vermos o sol. A terra escureceu.
Como se densas nuvens nos cercassem e impedissem nossa visão. Não vemos muito além de nossos narizes. Por isso, nossos planos são vacilantes. Não vemos o caminho. Sentimo-nos perdidos.
Jó é melhor exemplo de alguém para quem o tempo fechou. No último capítulo de seu livro, lemos uma passagem muito conhecida:
Sei que podes fazer todas as coisas;
Nenhum dos teus planos pode ser frustrado.
...
Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito,
Mas agora os meus olhos te viram.
Por isso menosprezo a mim mesmo
E me arrependo no pó e na cinza.
(42. 2 e 5-6)
Mas essa é a conclusão de uma história que começa com Satanás recebendo autorização de Deus para tentar Jó. Então o diabo tira-lhe os bens, a família, a saúde, esperando que Jó volte as costas a Deus.
No entanto, apesar de Jó demonstrar um grau de orgulho espiritual em todo o livro, a ponto de admitir no fim que seu grau de conhecimento do Senhor era insuficiente, ele permaneceu crendo que “além da nuvens, o sol não deixou de brilhar”. Por isso, podia estar certo que o seu Redentor vivia e que se levantaria na terra para livrá-lo.
Jó sofreu. E sofreu muito. Se sofremos, temos alguma noção do que isso signifique.
Quando Deus se revela a Jó, destroça todo o seu orgulho e o desnuda diante de Si. Jó afirma, surpreendentemente, que percebe, então, que sua dor fazia parte do projeto do Senhor em sua vida.
Eu já sofri, mas hoje não trocaria passo algum da minha dor por alguma forma que eu pudesse considerar liberdade, se isso comprometesse a formação do meu caráter.
O céu estava fechado. O sol, escondido. O caminho, escuro. O sofrimento, insuportável. Mas tudo isso era plano de Deus! “Nenhum dos teus planos pode ser frustrado”.
Deus está mais preocupado com sua pessoa do que com a sua satisfação. Se tiver que permitir a dor, Ele permitirá para fazer cumprir Seu projeto na sua vida.
Sei que na hora que dói, muito dificilmente poderemos entender isso. Mas procure exercitar a fé, crendo que além das nuvens ainda há um sol brilhando.
3.2.03
2.2.03
Este texto está no libro "Mananciais no Deserto":
“Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm. 8. 18)
Há um fato curioso a respeito da mariposa imperial: ela sai do casulo por uma abertura que nos parece pequena demais para o seu corpo. E, interessante, não deixa vestígio de sua passagem: um casulo vazio é tão perfeito quanto um casulo ocupado. Vim a saber que, segundo se supõe, a exígua abertura desse casulo é uma provisão da natureza para forçar a circulação dos humores nas asas da mariposa, asas que ao tempo da eclosão são menores que as dos outros insetos congêneres.
Certa vez guardei por um bom tempo um desses casulos, que têm interessante forma cilíndrica. Estava ocupado. Eu anelava por ver chegar o dia da saída do inseto. Finalmente o dia esperado chegou: e lá fiquei eu uma manhã inteira, interrompendo a todo momento o meu serviço, para observar a trabalhosa saída da mariposa.
Mas, no meu entender, aquela saída estava trabalhosa demais! Pensei que talvez fosse por ter o casulo ficado tanto tempo fora de seu habitat, quem sabe se em condições desfavoráveis. Podia ser que suas fibras se tivessem ressecado ou enrijecido. E agora o pobre inseto não teria condições de sair dali.
Depois de muito pensar, arvorando-me em mais sábio e compassivo que seu Criador, resolvi dar-lhe uma pequena ajuda. Tomei uma tesoura e dei um pique no fiozinho que lhe embaraçava a saída. Pronto! Sem mais dificuldade, lá saiu a minha mariposa, arrastando um corpo intumescido. Fiquei atento e curioso para ver a expansão de suas asas encolhidas, o que é um espetáculo admirável aos olhos do observador. Olhava curiosamente aqueles minúsculos pontos coloridos ansioso por vê-los dilatarem-se, formando os desenhos que fazem da mariposa imperial a mais bela de sua espécie. Mas, nada ... E o fenômeno nunca se deu!
Em minha presa de ver o inseto em liberdade, eu havia, sem o saber, impedido que se completasse o laborioso processo que estimularia a circulação nos minúsculos vasos de suas asas! E a minha mariposa, criada para voar livremente pelos ares, atravessou sua curta existência arrastando um corpo disforme, com asas atrofiadas.
Muitas e muitas vezes tenho me lembrado dessa mariposa quando observo, com olhos compassivos, pessoas que se estão debatendo em meio a sofrimento, angústias e dores. Eu de bom grado lhes cortaria a disciplina e daria liberdade. Homem sem visão! Qual dessas dores poderia sem dano ser poupada? A perfeita visão, o perfeito amor, que deseja a perfeição de seu objeto, não recua por uma fraqueza sentimental diante do sofrimento presente e transitório. O amor de nosso Pai é muito verdadeiro para fraquejar. Porque ele ama a seus filhos, ele os corrige, a fim de fazê-los participantes da sua santidade. Com esse glorioso fim em vista, ele não nos poupa o pranto. Aperfeiçoados através do sofrimento, como seu Irmão mais velho, os filhos de Deus são exercitados na obediência e trazidos à glória, através de muita tribulação.
“Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm. 8. 18)
Há um fato curioso a respeito da mariposa imperial: ela sai do casulo por uma abertura que nos parece pequena demais para o seu corpo. E, interessante, não deixa vestígio de sua passagem: um casulo vazio é tão perfeito quanto um casulo ocupado. Vim a saber que, segundo se supõe, a exígua abertura desse casulo é uma provisão da natureza para forçar a circulação dos humores nas asas da mariposa, asas que ao tempo da eclosão são menores que as dos outros insetos congêneres.
Certa vez guardei por um bom tempo um desses casulos, que têm interessante forma cilíndrica. Estava ocupado. Eu anelava por ver chegar o dia da saída do inseto. Finalmente o dia esperado chegou: e lá fiquei eu uma manhã inteira, interrompendo a todo momento o meu serviço, para observar a trabalhosa saída da mariposa.
Mas, no meu entender, aquela saída estava trabalhosa demais! Pensei que talvez fosse por ter o casulo ficado tanto tempo fora de seu habitat, quem sabe se em condições desfavoráveis. Podia ser que suas fibras se tivessem ressecado ou enrijecido. E agora o pobre inseto não teria condições de sair dali.
Depois de muito pensar, arvorando-me em mais sábio e compassivo que seu Criador, resolvi dar-lhe uma pequena ajuda. Tomei uma tesoura e dei um pique no fiozinho que lhe embaraçava a saída. Pronto! Sem mais dificuldade, lá saiu a minha mariposa, arrastando um corpo intumescido. Fiquei atento e curioso para ver a expansão de suas asas encolhidas, o que é um espetáculo admirável aos olhos do observador. Olhava curiosamente aqueles minúsculos pontos coloridos ansioso por vê-los dilatarem-se, formando os desenhos que fazem da mariposa imperial a mais bela de sua espécie. Mas, nada ... E o fenômeno nunca se deu!
Em minha presa de ver o inseto em liberdade, eu havia, sem o saber, impedido que se completasse o laborioso processo que estimularia a circulação nos minúsculos vasos de suas asas! E a minha mariposa, criada para voar livremente pelos ares, atravessou sua curta existência arrastando um corpo disforme, com asas atrofiadas.
Muitas e muitas vezes tenho me lembrado dessa mariposa quando observo, com olhos compassivos, pessoas que se estão debatendo em meio a sofrimento, angústias e dores. Eu de bom grado lhes cortaria a disciplina e daria liberdade. Homem sem visão! Qual dessas dores poderia sem dano ser poupada? A perfeita visão, o perfeito amor, que deseja a perfeição de seu objeto, não recua por uma fraqueza sentimental diante do sofrimento presente e transitório. O amor de nosso Pai é muito verdadeiro para fraquejar. Porque ele ama a seus filhos, ele os corrige, a fim de fazê-los participantes da sua santidade. Com esse glorioso fim em vista, ele não nos poupa o pranto. Aperfeiçoados através do sofrimento, como seu Irmão mais velho, os filhos de Deus são exercitados na obediência e trazidos à glória, através de muita tribulação.
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