O preço do discipulado (parte 2)
Lc. 14. 27
Para ser discípulo de Jesus é necessário abrir mão de seus “direitos” de escolha, especialmente quando a escolha diz respeito aos seus caminhos na vida. O discípulo deve estar disposto a seguir o mesmo caminho que Jesus trilhou. É um caminho de cruz e de morte. Um caminho de total consagração aos propósitos de Deus.
O caminho de Jesus, para o qual ele convida aqueles que querem ser seus discípulos, terminou na Cruz do Calvário. Jesus nos convida a irmos com Ele até o Calvário. O radical chamado de Jesus para nós deve nos levar a uma disposição até a morte por Ele. Paulo falava disso quando disse que o viver é Cristo e o morrer é lucro (Fp. 1. 21).
Os apóstolos de Jesus entenderam isso perfeitamente. O primeiro a ser martirizado por causa da fé em Jesus foi Tiago, a quem Herodes cortou a cabeça. Ainda podemos lembrar de Estevão, Paulo e tantos mais. Pedro, que seria crucificado em Roma, pediu para que o crucificassem de cabeça para baixo porque, diz a tradição, não se achava digno de morrer do mesmo modo que o seu Senhor. O século XX foi o período da história da Igreja em que mais cristãos foram mortos por causa de sua fé. Essa é ainda a realidade de nossos dias. E ainda deve ser a radicalidade do discipulado de Cristo. Cristo nos chama a uma vida de compromisso tal que precisamos estar dispostos à morte, se preciso for.
Alguns anos atrás, a Bandeirantes fez uma série de reportagens em acampamentos das Farc´s colombianas. As reportagens mostravam especialmente jovens fazendo treinamento de guerrilha na selva e manifestando a entrega total à ideologia que move aquela luta. Todos, sem exceção, expressavam a disposição ao martírio. Sua fé na luta era tamanha que eles entendiam que suas vidas não poderiam ser tomadas em maior conta. Ao ver aquilo, fiquei me questionando se nós, cristãos, que temos a mais perfeita mensagem, a melhor idéia pela qual poderíamos morrer – Jesus - teríamos disposição semelhante. O chamado ao discipulado de Cristo é um chamado para seguí-Lo até a Cruz. Até a morte, se preciso for. Quem dirá sim?