23.8.06

Esquecimentos

Senhor, afaste-se de mim, pois eu sou um pecador!
Lucas 5. 8

Hoje eu estive pensando sobre como costumamos ser ingratos com Deus, em grandes e pequenas coisas que Ele faz por nós. Somos ingratos com Deus porque esquecemos as tantas maravilhas que Ele nos faz, os milagres que todos os dias nos alcançam da Sua parte. Sejam pequenos ou sejam grandes.
Somos ingratos com Deus porque não agradecemos a vida, dom perfeito do Criador, pelo menos não como devíamos. Imaginar que o Senhor me deu a vida dentro de um universo infinito faz faltarem palavras! O dom da vida é uma maravilha do Deus majestoso que criou o universo. Dentro desse universo criado, Ele decidiu que haveria vida, inteligente. E Ele escolheu dar a vida a mim e a você. Eu tenho sido ingrato porque não tenho vivido a vida de maneira plenamente digna nem tenho dado as graças devidas ao nome do Senhor.
Somos ingratos a Deus porque não agradecemos quem Ele é em nossas vidas. Quantas vezes temos nos esquecido de agradecer ao Senhor simplesmente por Sua graça? Se não perecemos na Sua presença, se podemos estar em Sua presença, se O conhecemos de alguma maneira, tudo se dá porque o nosso Deus é cheio de graça. E minha ingratidão é também deixar de agradecer ao Senhor por Sua imensa graça. E louvá-Lo por ainda outras coisas devia ser coisa mais comum em minha vida: por Sua perfeição, beleza, poder, majestade.
Somos ingratos quando o Senhor nos dá pequenos e maravilhosos presentes. Somos ingratos quando não agradecemos ao Pai as pessoas que Ele deu às nossas vidas e que nos fazem pessoas melhores. Somos ingratos quando não agradecemos a Deus as pequenas coisas que podemos fazer por eles e as pequenas coisas que eles têm feito por nós. Somos ingratos por não olharmos para as grandes e não olharmos para as pequenas coisas.
Comecei a pensar coisas assim porque sou imenso grato hoje por tantos pequenos e grandes presentes e milagres que o Senhor me tem dado. Sou grato por alguns privilégios que Deus me deu e estou certo de que nunca encontrarei palavras suficientes para agradecer dignamente o fato de eu estar trabalhando onde trabalho, de ter nascido onde nasci, na família que nasci. Ainda assim, sei que tenho sido ingrato e tenho esquecido constantemente de agradecer ao Pai essas coisas.
Na manhã de hoje recebi um desses privilégios que foi conversar com um colega de trabalho que já foi missionário da Jocum. É um privilégio conhecer e trabalhar ao lado de um jovem que já andou fazendo a vontade de Deus em lugares que eu só conheço por orar, como a China. Não quero ser ingrato de deixar de agradecer a Deus de verdade pelo privilégio de conhecer este rapaz.
Senhor, afaste-se de mim, pois eu sou um pecador! Mas quando tomo consciência de que, na verdade, sou ingrato e pecador, tenho a reação de Pedro. Sei que não mereço o privilégio de ser servo do Senhor, nem de receber qualquer bênção que venha dEle, nem de ser alvo de Seus milagres e de Sua graça. E sei que sou pecador e que não entendo a dimensão do que Deus faz por mim quando me preserva e abençoa, o que me faz agir de forma mais ingrata – e isso tudo me faz ter ainda mais certeza do pecador que eu sou. Pecador que teme perecer e, por isso, clama pelo afastamento do Senhor. Senhor, afaste-se de mim, pois eu sou um pecador!
Eu e você ainda podemos aprender a viver na dimensão da graça de Deus que é a dimensão da gratidão eterna e constante do homem. Vivendo sob a graça perdoadora do Senhor, eu quero aprender a ser grato e ciente de que – pecador que sou – meus pecados são levados por Jesus. Eu quero ser grato por cada coisa que o Deus de graça tem me dado e vai me dar. Eu quero aprender a deixar de lado a ingratidão. Quero, desse modo, mergulhar na intimidade e no relacionamento com Jesus, vivendo o Seu amor e permitindo que seja lançado fora todo o medo. Lançando-se, assim, nos braços do Senhor.