27.8.05

Genealogia e valorização

Esta é a genealogia dos antepassados de Jesus
Mateus 1. 1

Todas as vezes em que leio a genealogia de Jesus no evangelho de Mateus penso sobre um fato que está presente ali. Fato conduzido por uma ação da graça de Deus que se traduz na realidade de que, quase nunca, o Senhor valoriza as coisas e as pessoas que a sociedade valoriza, ao mesmo tempo em que valoriza aqueles que, geralmente, são desprezados pelo mundo. Esta realidade não aparece somente na genealogia de Jesus, mas também aqui está presente. Ela nos fala sobre isso.
Em particular, eu penso nisso quando penso nas cinco mulheres que são citadas no texto: Tamar, Raabe, Rute, Bateseba e Maria. Em primeiro lugar, é de se chamar a atenção uma genealogia, em uma época extremamente machista, que valorize as mulheres ao ponto de incluí-las na listagem. E mais do que isso: não era a genealogia de qualquer pessoa, de qualquer rei humano, de qualquer um: Esta é a genealogia dos antepassados de Jesus. É extremamente digno de nota que na genealogia humana de Jesus se destaquem cinco mulheres como parte fundamental da história da salvação que culmina com a vida, ministério e morte de Cristo.
Além disso, se a gente olha para quem são essas mulheres, provavelmente nossa surpresa será maior. Tamar, a primeira a ser citada, prostitui-se com o próprio sogro. Raabe, mais severamente ainda, era provavelmente a dona de um bordel na cidade de Jericó. Rute, a moabita, era filha de um povo amaldiçoado pelos judeus, um povo proibido de ir ao templo, adorar a Deus com o povo de Israel. Bateseba era uma adúltera que merecia ser apedrejada. E Maria, a mãe de Jesus, era simplesmente mãe solteira. Socialmente a vida dessas mulheres era uma desgraça. Mas Deus as escolheu para papéis decisivos na história da salvação.
Cinco mulheres que seriam sempre desprezadas pela sociedade. Cinco mulheres cujas histórias se repetem todos os dias à nossa volta. Cinco mulheres que encontram graça, vida, redenção e restauração em suas relações com Deus. Cinco mulheres para as quais Deus não olhou como olham os seres humanos.
Isso traz uma lição tremenda. Como Davi e Samuel já tinham aprendido muitos séculos atrás, podemos aprender com essa genealogia que Deus nos valoriza, independente do que pensamos de nós, porque Ele não olha como olha o homem, mas vê mais fundo (1 Sm. 16. 7). Deus tem escolhido ao longo da história dá valor àqueles que o mundo não deu. Ele veio para os fracos, os doentes, os que nada são. Jesus andou com toda a escória do seu tempo, do ponto vista social: com prostitutas, com cobradores de imposto, com a ralé.
Muitas vezes, nos sentimos assim, como escória social, e nos sentimos mal. Porque nos vemos desvalorizados. Porque nos achamos escória. O que o Senhor nos ensina é que não importa o que somos para o mundo, não importa o como nos vê a sociedade. O que importa é que o amor e a graça de Deus nos alcançam e valorizam. Não importa o que tenhamos feito ou como nos sintamos: a graça de Deus é poderosa para entrar em nossas vidas, nos transformar, recontar a nossa história. Não do ponto de vista dos homens, que jamais nos valorizarão, mas da eternidade e do Deus que morreu por nos amar tanto. Para mostrar o Seu amor por nós e nos conduzir a uma vida com Ele.
Deus liga, se importa e age em favor de quem se sente e se sabe escória. Pode ser que você se veja assim. Pode ser que você não ache em si mesmo valor, mas o que você é ou tenha feito não é e nunca será tão grave que afaste Deus de você definitivamente. Em absoluto. Independente do que você pensa, Deus vê valor em você. Um alto valor. Ele ama tanto você, a ponto de ser capaz de morrer por você, para que você fosse completamente resgatado. Ele valoriza tanto você que deu a Sua vida por você. Pense nisso, busque e espere pelo Senhor.

26.8.05

Felizes

Vocês serão felizes se forem insultados por serem seguidores de Cristo, porque isso quer dizer que o glorioso Espírito de Deus veio sobre vocês.
1 Pedro 4. 14

Um dia, dois missionários cristãos chegaram a uma cidade grega chamada Filipos. O primeiro lugar onde eles foram pregar foi em uma reunião de oração judaica que acontecia, sob liderança de uma mulher, à beira do rio. Mas todos os dias, enquanto iam a esse local, uma jovem possessa os seguia, gritando que aqueles homens eram servos do Deus Altíssimo e anunciavam a palavra de salvação. Aquele que era líder dos dois ficou indignado após vários dias em que a cena se repetia e acabou expulsando o demônio que tomava aquela vida todos os dias. Como resultado de sua ação, ambos acabaram presos, açoitados e ficaram presos pelos pés no fundo da cadeia. Iam passar a noite ali.
Eu imagino que se fosse eu nessa situação, passaria a noite chorando. Talvez até gritando pela dor dos ferimentos e da humilhação. Mas Paulo e Silas, os dois missionários cristãos, agiram de forma diferente: Mais ou menos à meia-noite, Paulo e Silas estavam orando e cantando hinos a Deus, e os outros presos escutavam (At. 16. 25). Em momento de tão intenso sofrimento, os dois servos de Deus – feridos, humilhados e amarrados –, em vez de se lamentar e chorar, cantavam, oravam e celebravam ao Senhor. Que loucura é essa?
Anos antes, uma outra história de afronta e perseguição provocou reação semelhante nos apóstolos. Após serem ameaçados duramente, e por duas vezes, pelo Sinédrio de que não deveriam pregar o evangelho de Jesus, os apóstolos saíram daquela reunião muito alegres porque Deus havia achado que eles eram dignos de serem insultados por serem seguidores de Jesus (At. 5. 41). Parece demais entender o que leva homens assim a estarem felizes por serem perseguidos, afrontados, agredidos, humilhados. Se dependessem de pareceres médicos, poderiam até ser diagnosticados com algum tipo de esquizofrenia. Mas o que leva essas pessoas a reagirem dessa maneira? Vocês serão felizes se forem insultados por serem seguidores de Cristo, porque isso quer dizer que o glorioso Espírito de Deus veio sobre vocês. Não é masoquismo, mas simplesmente a percepção de que o Espírito Santo veio sobre eles. E ser afrontado é, assim, sua maior prova e testemunho.
As promessas que envolvem aqueles que sofrem por causa de Jesus remontam até as Suas próprias palavras: Felizes as pessoas que sofrem perseguições por fazerem a vontade de Deus, pois o Reino do Céu é delas. Felizes são vocês quando os insultam, perseguem e dizem todo tipo de calúnia contra vocês por serem meus seguidores. Fiquem alegres e felizes, pois uma grande recompensa está guardada no céu para vocês. Porque foi assim mesmo que perseguiram os profetas que viveram antes de vocês (Mt. 5. 10 – 12).
Há razões para nos alegrarmos quando sofremos por causa do evangelho e por amor a Jesus. Para realizarmos a Sua vontade neste mundo. Mas o motivo que leva homens e mulheres como os apóstolos, ou Paulo e Silas, a se alegrarem por sofrer em nome de Jesus não é qualquer forma de masoquismo. Antes, trata-se da certeza de que estamos partilhando da natureza e da mais íntima comunhão com Ele. Uma comunhão nos sofrimentos que redundará na comunhão mais plena de alegria e bênção: Tudo o que eu quero é conhecer a Cristo e sentir em mim o poder da Sua ressurreição. Quero também tomar parte nos Seus sofrimentos e me tornar como Ele na Sua morte, com a esperança de que mesmo seja ressuscitado da morte para a vida (Fp. 3. 10 – 11).
Mais do que isso, o que é capaz de nos alegrar, apesar da dor e do sofrimento, é a própria vida em comunhão com Aquele que é a nossa verdadeira alegria, a Fonte de nossa verdadeira vida. E, desse modo, podemos aguardar, com confiança e ansiosamente, o livramento. Porque a nossa história com Jesus jamais vai acabar em momentos de dor, vai finalizar com sofrimento. Na hora devida, o livramento virá. Nem antes, nem depois. Tu és o meu esconderijo; tu me livras da aflição. Eu canto bem alto a tua salvação, pois me tens protegido (Sl. 32. 7).
Há uma vitória reservada a cada um na outra margem do mar. Uma vitória que jamais será conquistada em nossa própria força, mas será trazida pela mãos dAquele que vai conosco em nossas lutas e alegra as nossas almas em toda e qualquer circunstância, mesmo nas piores perseguições, na esperança da conquista final. No sofrimento, podemos lembrar que a história ainda não acabou. Ainda cantaremos ao Senhor a Sua mais plena vitória. Ele é o Deus que nos alegra e nos alegrará mais ainda: Cantarei ao Senhor porque Ele conquistou uma vitória maravilhosa; Ele jogou os cavalos e os cavaleiros dentro do mar (Ex. 15. 1).

Sem acesso

Pessoal,

estou sem acesso, provavelmente devido a um vírus, ao Blogger de minha casa. Portanto, se alguém quiser receber as meditações pelo e-mail, é só escrever para mim: danieldantas79@uol.com.br.

Abraços

Daniel Dantas

Desejo

Por favor, deixa que eu veja a tua glória.

Êxodo 33. 18



Eu tenho um forte desejo no coração, que tem se renovado dia a dia. É um desejo que, pela graça do Senhor, tem cada vez mais dominado meu ser, meus anseios e meu coração. É um desejo que me põe na linha genealógica de gente como Moisés. Meu coração, e todos os dias sou mais consciente disso, deseja ardentemente conhecer mais, melhor e profundamente o Senhor. Desejo, desesperadamente, conhecer o Senhor e ver Sua glória. Porque apenas uma vida nesta dimensão é uma vida que vale a pena.

Moisés, nesse diálogo com o Senhor que o chamou, manifesta a Deus o desejo de ver-Lhe face a face. Ele quer ver a glória do Senhor. Quer conhecer de maneira ainda mais íntima o Deus do Universo. Ele quer ir ainda mais fundo nos rios da intimidade do Senhor. Ainda que, como esclarece Deus, isso possa representar a sua morte: Não vou deixar que você veja o meu rosto, pois ninguém pode ver o meu rosto e continuar vivo (Ex. 33. 20). Quando conhecemos o Senhor, somos instigados a conhecer mais dEle. E nessas horas, como Moisés, pouco nos importamos se isso representa vida ou morte, porque só vale a pena qualquer vida na dimensão da intimidade do Senhor.

Essa sede, essa fome, esse desejo de conhecer a Deus mais profundamente se manifestou em muitos outros homens e mulheres, servos de Deus, desde os tempos bíblicos até a nossa história contemporânea. No relato de Gênesis, ouvimos falar de um tal de Enoque que teve uma busca tão intensa por caminhar em comunhão com o Senhor que, diz o texto, viveu sempre em comunhão com Deus e um dia desapareceu, pois Deus o levou (Gn. 5. 24).

Esse desejo na alma tem conduzido o povo de Deus, através de homens e mulheres específicos e famintos, a novos oásis de intimidade, vida, comunhão e plenitude do Senhor. Gente que é sempre capaz de cantar com o salmista, porque deseja como o salmista: Assim como o corço deseja as águas do ribeirão, assim também eu quero estar em Tua presença, ó Deus! Eu tenho sede de Ti, ó Deus vivo! (Sl. 42. 1 – 2). Gente que tem sede extrema de Deus, como quem sabe que viverá em um deserto, se ausente da presença de Deus: eu tenho sede de Ti, como uma terra cansada, seca e sem água (Sl. 63. 1). Gente que, como a mulher samaritana, clama todos os dias ao Senhor Jesus: Por favor, me dê dessa água! (Jo. 4. 15), porque descobriu que Jesus pode lhe dar uma água viva que matará a sede das suas almas e se tornará uma fonte de água que dará a vida eterna (Jo. 4. 13 – 14). Gente que entendeu que, no fim de tudo, o que importa de verdade é ouvir o chamado do Senhor e atendê-lo, mergulhando em Sua intimidade: Aquele que tem sede venha. E quem quiser receba de graça da água da vida (Ap. 22. 17).

Quando descobrimos o Rio que corre do trono de Deus, aquele que vem do Senhor e flui no meio do Seu povo, descobrimos que estar neste Rio é realmente a única coisa que importa de verdade. Todo nosso desejo será mergulhar, conhecer e beber das águas desse Rio. E clamar, e lutar, para que esse Rio tenha liberdade de correr no meio do povo, que nada que façamos possa obstaculizar o perfeito fluir do Espírito. Esse Rio é o que realmente importa para que vivamos uma vida que importe. Uma vida consagrada a Deus, vida de gente que clama, anseia e deseja por mais e mais do Senhor. Uma vida que quer conhecê-Lo e andar com Ele em intimidade e comunhão. Uma vida que descobre que há um rio que alegra a cidade de Deus, a casa sagrada do Altíssimo (Sl. 46. 4), e que essa presença santa é a única coisa que pode trazer vida e fazer-nos viver plenamente a vida que o Senhor reservou para nós.

Se tivermos sede de qualquer outra coisa, a não ser as águas deste Rio, seremos miseráveis em nossa vida e nunca teremos a vida na dimensão que o Senhor planejou para nós, em plena intimidade e comunhão, nos afogando nas águas dEle, matando todo o nosso desejo apenas nEle. Seja o desejo do seu coração o mesmo do coração de Moisés: Por favor, deixa que eu veja a tua glória.

24.8.05

Prostrado

“Homem mortal, fique de pé. Eu quero falar com você.” Enquanto a voz falava, o Espírito de Deus entrou em mim e me fez ficar de pé.
Ezequiel 2. 1 – 2

Encontramos na Bíblia pelo menos dois tipos diferentes de experiências de prostração diante do Senhor. A primeira delas, aquela por que passa Ezequiel no nosso texto, relaciona-se a constatação de que, diante do Deus Santo, o homem pecador, o homem mortal, não pode permanecer de pé. O terror da presença gloriosa do Senhor à sua frente prostra o homem de uma forma tremenda.
É essa a experiência do profeta. O início de seu livro nos traz a descrição da presença gloriosa do Senhor que se aproxima dele a fim de transformá-lo de um dos sacerdotes no exílio a um profeta comissionado diretamente pelo Senhor. A visão é extremamente impactante e gera em Ezequiel a mesma reação que gerou em outros homens e mulheres que tiveram uma experiência assim imediata com o Pai: prostração. O profeta se queda prostrado, cônscio de ser um pecador diante do Deus vivo, que é fogo consumidor.
Uma experiência de prostração um tanto diferente é aquela que se encontra nas entrelinhas do ministério de Jeremias. O capítulo 20 de Jeremias descreve, primeiro, o seu enfrentamento com o sacerdote Pasur, que o prendeu e o surrou. Após anunciar que o Senhor mudara o nome de Pasur para Terror-por-todos-os-lados, Jeremias, provavelmente, caiu prostrado. Sua prostração era o cansaço da batalha. Ele não agüentava mais. Era como se dissesse a Deus que não pedira para estar naquela posição, que estava se cansando de tantos enfrentamentos, de tantas lutas. Tudo que Jeremias, possivelmente, quisesse era descanso naquela hora. Ele estava a ponto de desistir, acredito, por isso colocou a culpa de tudo, atribuiu toda a responsabilidade ao Senhor. Afirmava que tinha sido enganado por Deus quando de sua vocação, já que tudo o que conseguira no ministério tinha sido ser xingado, preso, apanhar. Agora, Jeremias estava exigindo de Deus que restaurasse a sua vida por inteiro: Ó Senhor Deus, tu me enganaste, e eu fiquei enganado. Tu és mais forte do que eu e me dominaste. Todos zombam de mim, caçoando o dia inteiro. Cada vez que falo, tenho de gritar e anunciar: “Violência! Destruição!” Ó Senhor, eles me desprezam e zombam de mim o tempo todo porque anuncio a tua mensagem (Jr. 20. 7 – 8). Mas o pior de tudo, para Jeremias, é saber que pior do falar é calar: as palavras que ele cala, queimam por dentro, até serem pronunciadas (Jr. 20. 9). Por tudo isso, Jeremias considerava que a obrigação de Deus era livrá-lo: Mas tu, ó Senhor, estás comigo e és forte e poderoso. Os que me perseguem tropeçarão e nunca vencerão. Eles ficarão muito envergonhados por causa do seu fracasso. A desgraça deles não acabará e nunca será esquecida (Jr. 20. 11).
Mas, enfim, eu vejo dois tipos diferentes de prostração diante de Deus. De um lado, a consciência de um coração pecador. De outro, o cansaço daquele que não suporta mais as batalhas que tem de enfrentar para ser fiel ao Senhor que o chamou. O cansaço das lutas também pode nos prostrar.
Nos últimos dias, em particular hoje, me sinto cansado demais. Minha mente não funciona direito, meu corpo pede por minha cama a cada instante. Sinto-me prostrado diante do Pai. Vencido. Percebo, com isso, que até mesmo as minhas obrigações, seja com os estudos, seja com o ministério, estão ficando de lado.
No meu caso, minha prostração é o enfado da batalha. Sinto-me como Jeremias. Você pode estar prostrado por outros motivos. Pode ser a convicção de pecado diante do Senhor, convicção que será ainda maior para aquele que ainda não teve uma experiência de salvação com o Deus vivo. Não importa qual a sua experiência de prostração, ambas vão ter o mesmo remédio. Enquanto a voz falava, o Espírito de Deus entrou em mim e me fez ficar de pé.
Não há nada, do ponto de vista humano, que possa ser feito para restaurar um prostrado. Nenhum homem ou idéia humana têm força para levantar aquele que está caído, seja cansado, seja convicto de que não pode permanecer em pé diante do Pai. Nada pode nos levantar em uma situação assim, a não ser uma ação do próprio Espírito Santo. É Ele quem vem a nós, nos fala docemente e nos faz ficar de pé.
Sei que ao estar prostrado, vencido, cansado, convicto de meu pecado, preciso abrir meu coração para receber um toque vivo do Espírito Santo de Deus. Ele está bem perto dos que O querem achar, pronto para restaurar as nossas vidas, para nos fazer de novo, para nos conduzir à sua intimidade, sua comunhão, a nadar, beber e se afogar no Seu rio de amor, vida e plenitude. Essa é a vida que o Senhor quer nos dar. Abra seu coração e permita que o Espírito fale com você, penetre em sua vida e o deixe de pé novamente. Perdoado e restaurado.

Fracasso

Já chega, ó Senhor Deus! Acaba agora com a minha vida! Eu sou um fracasso, como foram meus antepassados.
1 Reis 19. 4

Existem dias terríveis em nossa vida, dias em que nos sentimos fracassados. A tristeza toma conta de tal maneira de nosso coração que nos sentimos inúteis, desprezíveis e não sei mais o quê. A gente olha para dentro de si mesmo e o que vê não nos anima. Possivelmente, uma mescla de pecados inconfessos com sentimentos de derrota. Buscando mais, talvez encontre um questionamento se tudo aquilo tem valido a pena. Olha para um lado e para outro e só pode se perguntar sobre o papel que tem feito no mundo.
Nessas horas, eu não consigo nem orar ou chorar. Parece que fui completamente abandonado por Deus e nem sei o que valeria erguer a minha voz ao Senhor. Parece que sou apenas um fracassado, destroçado, destruído, vencido, derrotado. Não apenas por um inimigo externo, mas por aquilo que brota de meu próprio coração que, por mais que eu lute contra, continua pecador. Continua, vez por outra, fugindo da presença do Deus vivo.
Em dias como esse, dias como hoje, tudo o que eu gostaria era ficar trancado no meu quarto lambendo minhas feridas. Sinto-me pequeno e miserável. Sinto-me um fracasso total. Mesmo que me pergunte, nem sei o que de bom eu poderia dizer a alguém nessa hora.
Ontem à noite eu já estava assim. E conversava com duas amigas pelo Messenger. Que me expressavam sentimentos de tristeza e de desânimo. Será que elas esperavam que eu fosse capaz de lhes dizer algo que mudasse esse quadro? Logo eu? Desanimado e vencido? Será que não era mais uma razão de me sentir fracassado, uma vez que nem ajuda correta eu poderia oferecer?
Vez por outra, volta a mim o sentimento de fracasso. Como o sentimento de Elias que, após ter promovido uma grande obra do Senhor no meio do povo, foge para o deserto deprimido, pedindo a morte, sentindo-se um fracasso: Já chega, ó Senhor Deus! Acaba agora com a minha vida! Eu sou um fracasso, como foram meus antepassados.
Sentir-se fracassado não é exatamente culpa de nossos pecados. Às vezes, como Elias, podemos nos sentir fracassados apesar ou devido a termos agido segundo a vontade de Deus para qualquer situação. A depressão, nesse caso, é resultado das lutas internas e externas que enfrentamos para fazer a vontade de Deus. De um lado, somos conscientes de que não merecemos ser instrumentos nas mãos de Deus porque não somos muito mais que pecadores perdoados pela graça. Deus poderia usar outras pessoas, melhores e mais capazes que nós. De outro lado, muitas vezes agir segundo a vontade de Deus pode provocar oposição dos lugares menos esperados. Elias foi ameaçado de morte pela própria rainha!
Ele fugiu para o deserto sentindo-se desamparado. Circunstancialmente, nada poderia lhe justificar que valesse a pena servir ao Deus vivo como ele vinha fazendo: o resultado, invariável, vinha sendo risco de morte e perseguição. Só isso já era pressão demais para o profeta. Além disso, ele se sentiu abandonado pelo Senhor. Às vezes, a gente tem a expectativa de que Deus não permitirá que o mal venha até nós se fizermos a vontade dEle. E nos frustramos quando descobrimos, na prática, que as coisas não são bem assim. O Senhor não impede que o mal nos alcance, mas nos livra e nos guarda quando o enfrentamos. Essa luta pode desanimar.
Qual a solução que o Senhor traz na vida de Elias? Qual a solução na minha e na sua vida? Em primeiro lugar, Ele se mostra como o Deus que sustenta o profeta. Por duas vezes, o anjo vai até ele e o alimenta sobrenaturalmente (1 Rs. 19. 5 e 7). Apesar de tudo, Elias pode começar a ver além das circunstâncias aparentes que Deus o sustenta. Como o sustentou no início de seu ministério em Querite e Sarepta (1 Rs. 17), o Senhor o continua sustentando sobrenaturalmente ainda agora, no pior momento. Deus se mostra a ele como o Senhor que o sustenta pelas Suas mãos.
Em seguida, Deus fala com Elias de maneira suave. Não no vento forte, nem no terremoto, nem no meio do fogo, mas numa voz calma e suave (1 Rs. 19. 11 – 12). Quando a tristeza invade a alma, basta sair da nossa caverna e se permitir ouvir a calma, suave e tranqüila voz regeneradora do Senhor Deus. Essa voz levanta a alma. Essa voz transforma a tristeza em alegria.
E por fim, Deus mostra a Elias que ele não está tão só como imaginava. Elias havia chorado ao Senhor que era o único que sobrou, e eles estão querendo me matar (1 Rs. 19. 10 e 14). Mas o Senhor mostra a ele que isso não é verdade: Mas eu deixarei sete mil pessoas vivas em Israel, isto é, todos aqueles que não adoraram o deus Baal e não beijaram a sua imagem (1 Rs. 19. 18). Quando nos sentimos fracos e sós, às vezes tudo o que precisamos saber é que existem outros conosco, não estamos tão sós, mas existem mãos ao nosso lado, joelhos que se dobram conosco e por nós diante do Pai. Deus nos mostra que não estamos sozinhos na luta, mas ele põe companheiros ao nosso lado. Orando conosco. Partilhando conosco todas as lutas.
Ainda vamos nos sentir tristes e fracassados outras vezes. Mas, nessas horas, recorra ao Senhor dos Exércitos. Ele é fiel para cuidar de sua vida. Ele sustentará você sobrenaturalmente. Ele falará com você fazendo novas todas as coisas. Ele mostrará a você que você anda sozinho no mundo. Ele é o Deus que fortalece a nossa alma.

23.8.05

Intransigência

Finéias fez com que terminasse a minha ira contra o povo de Israel.
Números 25. 11

Alguns meses atrás, enquanto orava por minha igreja, vi uma coisa que mexeu muito comigo. Percebi a presença de algumas estruturas, malignas, em nosso meio que impediam o derramar pleno da bênção de Deus sobre nós. Uma atuação do Mal contra o ministério da igreja, especialmente contra o pastor. Ao mesmo tempo, Deus me mostrava uma multidão incontável, com os rostos sofridos daqueles que precisam do descanso de Cristo, necessitados da salvação, mas que permaneciam do lado de fora dos portões da igreja, ansiando por entrarem. Mas não poderiam entrar enquanto aquele obstáculo, plantado pelo inimigo, permanecesse fechando as portas ao derramar de Deus em nosso meio. Isso foi muito forte. Ficou claro que era preciso combater, com armas espirituais, esse obstáculo, porque Deus queria derramar Sua bênção plenamente em nosso meio. Não podia haver transigência com aquilo.
Eu confesso que tenho dificuldades com a história de Finéias. Ela é extremamente violenta, mas creio que se relaciona com essa visão que eu partilhava há pouco. Após não conseguir seus intentos de amaldiçoar Israel com o profeta Balaão, Balaque, rei de Moabe, arma um estratagema para destruir o povo de Deus. Ele criou uma situação em que o povo atrairia para si mesmo a maldição de Deus. Balaque agiu com esperteza, após descobrir que Israel era um povo abençoado por Deus e que Ele não mudaria de idéia. Faria o povo pecar para que o próprio povo se destruísse, sob o castigo do Senhor.
Balaque enviou sacerdotisas de seus deuses para a prática de orgias com os homens de Israel. Assim, os israelitas se reuniram para adorar o deus Baal-Peor, e por isso o Senhor Deus ficou muito irado com eles (Nm. 25. 3). O resultado do pecado do povo foi uma epidemia que dizimou vinte e quatro mil israelitas! Foi no momento em que Deus punia Seu povo e este se reunia para confessar seus pecados que Finéias, neto de Arão, entrou na história. Ele viu um homem do povo levar uma dessas sacerdotisas para dentro de sua barraca. Ele os seguiu, pegou uma lança e matou ambos. E assim acabou com a epidemia que havia entre os israelitas (Nm. 25. 8).
A história de Finéias é de uma violência extrema. Tenho bastantes dificuldades com ela. De mim mesmo, não a escolheria como exemplo. Mas ela nos indica que não pode haver espaço para a transigência quando se trata de fazer a vontade de Deus pelo bem do Seu povo. Finéias não transigiu porque sabia de sua responsabilidade para com o povo. Sabia que aquele era o povo do Senhor. Um povo que era alvo das bênçãos de Deus. Aliás, um povo a quem Deus tinha prazer em abençoar. Não seria possível permitir que qualquer coisa se impusesse entre o povo e o derramar da presença abençoadora do Senhor no Seu meio. A descoberta do obstáculo exigia uma resposta rápida para a sua remoção. Foi isso que Finéias fez.
Finéias fez com que terminasse a minha ira contra o povo de Israel. Deus nos ensina a agir com a violência de Finéias contra aquilo que atrapalha a Sua bênção em nossas vidas. Seja qual for o obstáculo que interpomos em nossa vida, em nosso coração, precisamos agir sem transigir para removê-lo. Seja pecado, seja receio, sejam pesos desnecessários, o que quer que Deus esteja mostrando a você que tem atrapalhado o derramar da bênção na sua vida, é hora de agir com violência para retirar isso daí.
Será que não reconhecemos essa intransigência e essa violência nas palavras de Jesus? Portanto, se o seu olho direito faz com que você peque, arranque-o e jogue-o fora, pois é melhor perder uma parte do seu corpo do que o corpo inteiro ser atirado no inferno. Se a sua mão direita faz com que você peque, corte-a e jogue-a fora. Pois é melhor perder uma parte do seu corpo do que o corpo inteiro ir para o inferno (Mt. 7. 29 – 30). É hora de agir com dureza contra o nosso pecado e os nossos obstáculos. Veja aqui a mudança de foco que Jesus traz. O código antigo de justiça, intransigente, estimulava o olho por olho, dente por dente. Agora chegou o tempo em que essa mesma intransigência passa a ser exigida contra nós mesmos. Não faz sentido cobrar uma dura justiça contra os outros, se somos transigentes conosco mesmos. é hora de agir com dureza contra nós mesmos. É hora de arrancar fora o que prejudica o derramar da bênção de Deus na nossa vida.
Não podemos ser transigentes com aquilo que tivermos certeza vir do Maligno, com aquilo que perturba a nossa comunhão com Deus, com aquilo que sabemos estar impedindo o derramar de Sua bênção em nossa vida. É hora de arrancar fora. É hora de tomar a lança, entrar na nossa barraca e eliminar o obstáculo. E, então, mergulhar nos rios liberados da presença do Senhor na Sua vida, na comunhão, na alegria e na bênção. É hora de intransigência para removermos a represa que impede o fluir das águas do Senhor em nossa vida. Há uma multidão lá fora, pessoas que precisam da bênção de nossas vidas, esperando por isso.

22.8.05

Lágrimas

Tenho visto como eles agem, mas eu os curarei e os guiarei; eu os consolarei. Nos lábios dos que choram, colocarei palavras de louvor. A todos ofereço a paz, paz aos que estão perto e aos que estão longe; eu os curarei.
Isaías 57. 18 – 19

Nos últimos dias tenho me sentido muito pressionado e aflito. Como há muito tempo não acontecia, tenho chorado muito. Há muita pressão sobre mim, muita luta contra mim, uma situação que, vez por outra, tem beirado o meu desespero.
É muito difícil enfrentar tudo pelo que tenho passado. Ontem, uma série de pensamentos de fracasso encheram minha mente. Estava muito mal mesmo. E fui para a igreja chorando demais. E me contive muito tempo para não chorar ainda por lá. Mas Deus me deu a graça de voltar para casa fortalecido.
Hoje pela manhã, em oração, gastei mais tempo chorando do que qualquer outra coisa. Especialmente quando Deus me falou através do texto de Isaías: Tenho visto como eles agem, mas eu os curarei e os guiarei; eu os consolarei. Nos lábios dos que choram, colocarei palavras de louvor. A todos ofereço a paz, paz aos que estão perto e aos que estão longe; eu os curarei. Eu me sinto cansado de tudo, triste por tudo. Choro por qualquer coisa. Choro por coisa alguma. Mas o peso que cai em meus ombros é terrível. Você tem noção do que significa uma promessa de consolo certo em uma hora de tanta dor?
Deus não é impassível diante de nosso sofrimento. Ele não passa de largo de nossas dores. Ele não despreza as nossas lágrimas. Ele promete que, apesar de quem somos, Ele tem consolo para as nossas almas. É demais imaginar que Ele é plenamente capaz de transformar toda dor e tristeza em festa e alegria: Nos lábios dos que choram, colocarei palavras de louvor. É tremendo perceber que Ele pode tocar o coração em conflito, aflito e pressionado e trazer uma paz que ninguém pode contemplar, imaginar ou entender: A todos ofereço a paz, paz aos que estão perto e aos que estão longe. O nosso Deus cuida de nós a esse ponto sempre. Ele nos cura. Jamais nos abandona.
O Senhor tem me falado nesses dias acerca da verdade de que grandes bênçãos e vitórias são resultados de lutas renhidas, tremendas. As maiores vitórias decorrem, parece até óbvio falando assim, das maiores batalhas. E a se a luta, se a batalha, se a pressão é grande, a vitória que nos está reservada ainda é maior.
A garantia disso tudo vem da Pessoa mais poderosa do universo que nos permite chamá-Lo de Meu Deus. O meu Deus falou (Is. 57. 21). Estamos em uma relação de pertencimento mutuo: somos do Senhor, Ele é o nosso Dono. Mas, ao mesmo tempo, por graça e misericórdia, Ele se permite ser nosso. Ele é o nosso Deus. Ele está conosco na caminhada, não se ausenta da nossa vida, se andarmos com Ele. Porque Ele é o nosso Deus. E qualquer vitória que venha a acontecer nas batalhas será sempre uma vitória conquistada por Ele. Por isso, o nosso Deus é um Pai amoroso que sustenta a nossa vida nos piores momentos, prometendo enxugar todas as nossas lágrimas. Ele vai dirimir a dor. E vai acabar com o sofrimento. O nosso Deus promete: eu os consolarei (...) eu os curarei.
A ação libertadora e consoladora em nossas vidas é totalmente do Senhor. Quando chegar o tempo de mostrar a minha bondade, eu responderei ao seu pedido; quando chegar o dia de salvá-los, eu os ajudarei (Is. 49. 8). O que tem me mantido são é a certeza de que o meu Deus virá em meu socorro na hora exata para consolar e curar. E vai fazer isso também com você, no meio da sua luta.
O Senhor sabe o quanto me é doloroso não saber o dia exato da Sua vitória nessa luta toda. Ele sabe o quanto choro por não ter certeza de até quando terei de resistir a tanta dor, pressão e sofrimento. Ele sabe o quanto você tem chorado na expectativa da vitória sonhada por tanto tempo na luta em que você está. Não nos resta muito tempo de dor: Quando chegar o tempo de mostrar a minha bondade, eu responderei ao seu pedido; quando chegar o dia de salvá-los, eu os ajudarei. É muito difícil estar na luta, saber que o dia da vitória virá, mas, ao mesmo tempo, não ter noção alguma de quando esse dia será. Só o Senhor conhece esse dia, a hora exata. Só Ele pode nos consolar, curar e enxugar cada lágrima. Resta-nos esperar, fortalecidos nEle, resistindo à toda pressão e sofrimento das batalhas.

21.8.05

Festa

Louvem a Deus, o Senhor, com danças e, em seu louvor, toquem pandeiros e liras.
Salmo 149. 3

Ontem eu participei de dois momentos de explosão de festa e de júbilo marcantes para mim. Tremendos de verdade. Primeiro, no início da noite, preguei no culto de aniversário de um grupo de dança de uma de nossas igrejas aqui em Natal. Deus ministrou tremendamente ao meu coração durante todo o culto. E falou poderosamente comigo, mostrando na prática que o louvor é a expressão de vida que nasce de um coração que, apaixonado por Jesus, se extasia diante da ação poderosa de Deus para nos livrar, conduzir e abençoar. Esse êxtase, essa alegria infinda, se manifesta em lábios jubilosos, em danças festivas, em explosões incontidas.
Assim como aquele grupo precisava entender que dançava para ministrar à igreja, mas como manifestação e expressão de uma vitória e um louvor tremendos, assim nós também precisamos entender que o nosso louvor é fruto de lábios que conhecem e confessam Jesus, de maneira plena e total. O louvor é a celebração máxima, que se manifesta de várias formas, da alegria que o Senhor nos dá ao nos conduzir à vitória em todo o tempo. Como Israel celebrou e dançou, com alegria, na margem do mar Vermelho, explodindo em comemoração por aquilo que Deus, o Senhor, fez contra o Egito e em seu favor (Ex. 15). Louvem a Deus, o Senhor, com danças e, em seu louvor, toquem pandeiros e liras.
De lá, eu voltei correndo para casa. Iria, mais tarde, para uma festa de formatura. E ali, mais momentos de êxtases. A alegria de celebrar a vitória depois de quatro anos e meio de luta era contagiante na face de cada um dos formandos. É óbvio que nessas horas os excessos acontecem, mas a festa pela conquista é plenamente justificável. E a alegria que dominava os corações conduzia a todos à plena e livre manifestação de regozijo e festa. Foi uma festa linda. Foi uma celebração. E também ali, apesar de muito poucos terem a consciência de Deus em suas vidas, lembrei-me da festa de Israel após a vitória sobre o Egito e o Faraó, nas margens do mar.
O que torna essa alegria cada vez mais incontida? Ontem percebi que há uma relação, na prática, diretamente proporcional. Quanto maiores as lutas, as aflições, as dificuldades que enfrentamos. Quanto maiores as tristezas, quanto mais intensas as dores. Quanto mais sofremos na esperança de um fim vitorioso, maior será o nosso júbilo. Mais extática a nossa festa. Mais incontida a nossa celebração. Mais tremenda a nossa alegria. Menos nos portaremos de acordo com aquilo que até julgamos ser conveniente. Nossa dança, nossa festa, nosso louvor, nossa alegria e nossa celebração tenderão a ser incovenientes. Porque nosso êxtase está na vitória do Senhor.
Nessa hora eu lembro de Davi. Após tantas lutas, após as dificuldades em fazer a vontade de Deus, principalmente, após a luta para a conquista da cidade e o desejo de conduzir a Arca até Jerusalém, Davi celebra esse culto com todas as suas forças. Da forma mais honesta e sincera que seu coração conhece: Davi, vestindo um manto sacerdotal de linho, dançou com todo entusiasmo em louvor a Deus, o Senhor. E assim ele e todos os israelitas levaram a arca da aliança para Jerusalém, com gritos de alegria e sons de trombeta (2 Sm. 6. 14 – 15).
Todos conhecemos como Mical julgou a festa de Davi como inconveniente: Que bela figura fez hoje o rei de Israel! Parecia um sem-vergonha, mostrando o corpo para as empregadas dos seus funcionários (2 Sm. 6. 20). Diante da postura da esposa, o rei responde com honestidade: Eu estava dançando em louvor ao Senhor, que preferiu me escolher em vez de escolher o seu pai e os descendentes dele e me fez o líder de Israel, o seu povo. Pois eu continuarei a dançar em louvor ao Senhor e me humilharei ainda mais diante dele. Você pode pensar que eu não sou nada, mas aquelas moças de quem você falou vão me dar valor! (2 Sm. 6. 21 – 22). No êxtase da alegria pelas conquistas do Senhor, não há lugar para conveniência, apenas festa e alegria incontidas.
O texto de Êxodo 15 nos fala sobre festa e alegria pelas vitórias. Mas essas vitórias, lembre sempre, serão festejadas com cada vez mais alegria na dimensão do tamanho das inúmeras lutas que enfrentamos. Quanto a maior a luta, maior será a celebração de vitória. Como foi o culto às margens do mar, conduzido por Moisés e Miriam. Como foram as festas que fui ontem. Celebrações extasiadas pelas vitórias conquistadas, não por nós mesmos, mas pelo Senhor dos Exércitos, o nosso Deus, em nossas vidas. Festejamos a vitória do Senhor. Se não agora, em algum momento no futuro, mas estejamos certos que esse momento virá: a festa pela vitória que o Senhor conquistou em nossas vidas: Cantarei ao Senhor porque Ele conquistou uma vitória maravilhosa (Ex. 15. 1)