11.2.05

O preço do discipulado (parte 1)

Grandes multidões o acompanhavam....

Lc. 14. 25

Durante todo o ministério de Jesus, multidões o acompanhavam, diz o texto bíblico, ainda que poucos fossem seus discípulos verdadeiramente. Hoje em dia, isso ainda é real. Atualmente, grandes multidões ainda acompanham Jesus. Mas, muitas vezes, a qualidade da fé e, muito mais, do compromisso dessas pessoas é bastante superficial. Como nos dias de Jesus.

Vemos hoje multidões em nossas igrejas que não aprenderam o valor do discipulado de Jesus, multidões que são incapazes de assumir esse discipulado completamente. Muita gente está acompanhando Jesus, mas sem mudança de vida, sem compromisso e sem discipulado. Estão na igreja, têm comportamento religioso, oram, conhecem a Bíblia, estão ativos na obra, mas não têm Jesus como sua maior prioridade.

São essas pessoas, que desconhecem o preço do discipulado de Cristo, que causam vergonha ao Evangelho pela qualidade de vida espiritual que levam. Refiro-me aos “famosos” que se convertem, mas nós mesmos podemos ser essas pessoas que se declaram cristãos, freqüentam nossas igrejas, mas não conhecem a intimidade do Senhor e não buscam a Sua face e santidade.

Grandes multidões acompanhavam Jesus. Ele as conhecia mais que pudessem imaginar. Naqueles dias, na Palestina, muitos seguiam Jesus sem entender que o discipulado de Jesus é radical e custoso. Muitos seguiam Jesus sem compromisso real.

É diante dessa multidão que o seguia que Jesus faz um radical chamado ao discipulado. Um chamado que deveria ressoar profundamente ainda hoje, em nossos dias. Urgentemente precisamos prestar atenção ao desafio de Jesus.

A primeira e mais essencial coisa que Jesus fala é que quem não o tiver como prioridade na vida não pode ser seu discípulo (v. 26). A família não pode ser mais amada que Jesus. Os amigos não o podem, nem os bens, nem os afazares. Coisa alguma pode ser mais importante ou mais amada por nós do que Jesus.

Nem ainda a própria vida. Anos atrás, em uma época de intensos conflitos religiosos na Indonésia (a maior nação muçulmana do mundo), uma história emocionou cristãos de todo mundo. Muçulmanos atacaram a minoria cristã em toda parte do país. Um desses lugares foi um acampamento de “King´s Kids” da Jocum (Jovens com uma Missão). Vários jovens, adolescentes e missionários foram martirizados. Alguns sobreviveram, trepados em coqueiros, escondidos, para poderem contar o testemunho. Um dos garotos que foi martirizado era desafiado a cada instante a negar a Cristo para sobreviver. Cada vez que ele reafirmava sua fé em Jesus, seus atacantes decepavam uma parte de seu corpo: pernas, braços; até que, por fim, tiram-lhe a vida. Mas aquele jovem foi fiel até a morte, amou Jesus até o fim, sem o negar. Porque ele entendeu que nada pode ser mais prioritário que Jesus, nem mesmo a nossa vida.

Jesus não amou a própria vida, antes a entregou por nós. Não podemos por a nossa vida em maior grau de importância e interesse que Jesus e a Sua vontade. Não podemos por nossos próprios interesses em proeminência frente àquilo que é a vontade de Deus.

Aqui está Jesus instigando a multidão que O segue a tê-lo como prioridade absoluta na vida. Jesus é mais importante que tudo, até nós mesmos. Quem não entender e viver isso não pode ser Seu discípulo.

Daniel Dantas

Missionário da 1ª IPI do Natal

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