A sombra do amor
Jr. 31. 3
Jeremias fala em termos poéticos extremamente tocantes quando diz que de longe o Senhor se deixa ver e seu amor eterno se manifesta em nossas vidas. Ver a Deus é ver o amor porque Deus é Amor. Por esse motivo, a sombra do amor não é a sombra da maldade, mas sim a própria sombra protetora e confortadora do nosso Deus. Do Deus que é amor e que por amor deu-nos a vida de Seu Filho.
Eu gosto de imaginar o amor de Deus como aquele rio que corre do trono e desce pelo Oriente da cidade da visão de Ezequiel. O amor, eu imagino, é como um rio caudaloso no qual nos afogamos, do qual nos embebedamos. O amor de Deus é um rio que traz de volta a vida a terras ressequidas e esturricadas, mortas e secas. Ao mergulharmos nesse rio, na presença do Deus de Amor que se deixa ver nos amando de tal distância, damos lugar para que a vida volte à terra seca e queimada de nosso coração. O amor de Deus supre ricamente todas as nossas reais necessidades e urgências. Especialmente a urgência e necessidade de vida real na Sua Presença. O rio de amor nos envolve por completo como se fosse uma atmosfera a nos trazer vida trazendo à nossa alma a plena alegria da inédita e concreta comunhão plena entre amado e Amante.
Vivemos em um mundo de dor e desespero. Muitas vezes essa dor e esse desespero batem à nossa porta e tomam espaço em nossa vida. O convite do Deus de amor a que nos deixemos sermos amados por Ele não é garantia de que dor e tribulações vão nos deixar em paz nesta vida. Mas são a preciosa garantia de que não as enfrentamos sozinhos, mas o próprio Jesus se compadece e se comove intimamente conosco. A dor vai estar presente, mas parece que ela dói mais agudamente quando nos colocamos distantes do verdadeiro amor. O convite do Amante é que nos deixemos sermos amados por Ele. A dor é mais facilmente enfrentada se estamos sob a Sua sombra, a sombra do Seu amor, que é sombra de bondade e cuidado.
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