Pois, quanto à lei, estou morto, morto pela própria lei, a fim de viver para Deus. Eu fui morto com Cristo na cruz. Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim.
Gálatas 2. 19 – 20
Conta-se que Dwight Moody, grande evangelista do século XIX, certa vez ouviu um pregador dizer que ninguém pode imaginar o que Deus pode fazer através de um homem totalmente consagrado a Ele. Incomodado com aquele desafio, Moody recolheu-se em oração, dedicando-se inteiramente ao Senhor: Eu quero ser esse homem, disse. A partir dali, cerca de meio milhão de pessoas tomaram decisões pessoais para seguir a Jesus através da pregação e do ministério de Moody.
Falando aos Gálatas, Paulo nos ensina sobre esse nível de consagração ao qual Moody sentiu-se desafiado a se entregar. Pois, quanto à lei, estou morto, morto pela própria lei, a fim de viver para Deus. Eu fui morto com Cristo na cruz. Consagrar-se a Deus, entregar-Lhe a vida, é morrer. Consagração é morte. Essa é a imagem que o Antigo Testamento traz acerca do holocausto. No holocausto, o animal era morto e inteiramente queimado no altar de Deus. O holocausto representava a consagração total do adorador ao Deus vivo a quem cultuava. Holocausto é a entrega absoluta e total da vida, sem questionamentos e sem ponderações, ao Deus vivo. Holocausto era morte. E aquele que está inteiramente consagrado à vontade de Deus, não tem vontade ou vida própria. Está morto, para si, para a Lei, para os pecados, para o mundo. Consagração é, pois, a morte da vida sem Deus.
E por ser morte, por se estar morto ao se entregar inteiramente a Jesus, passa-se a viver uma vida em que não há mais condenação e em que o pecado não pode dominar mais. Vive-se para Deus.
Ainda assim, no entanto, o homem consagrado continua pecador. Ainda peca, mas caminha em uma nova dimensão. Consagrado, ama cada vez mais a santidade do Senhor e odeia cada vez mais o próprio pecado. E nesse processo, vai sendo, na intimidade do Senhor, transformado de glória em glória pelo Espírito. Vai se tornando mais semelhante àquela santidade que ama, ao mesmo tempo que vai se tornando mais consciente da sujeira e do quanto necessita de graça e de perdão de Deus. Ama ainda mais a santidade. Odeia ainda mais o pecado.
Nessa consagração, que conduz à santidade, a vida se confunde. Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim. Agora, é Cristo Quem vive em nele. Está morto. A única vida que pode, então, viver é a vida que Cristo passa a viver através dele.
Este homem consagrado não é mais que puramente instrumento, vaso, canal. É um escravo sem vontade, sem sonho, sem planos pessoais. É um escravo, sujeito à vontade de Deus, cujo único anseio e única vontade é servir a Cristo. O único desejo é ser canal do fluir, da graça, da bênção e da presença gloriosa de Deus por meio do Espírito Santo. O seu prazer é usufruir a presença do Senhor. Ele não escolhe com tristeza e com dor fazer a vontade de Deus. Antes, é o seu prazer. Sonhos, planos e desejos pessoais, mortos pela consagração, não podem se comparar com o prazer de viver na presença do Deus santo e de ver a Sua Vontade se cumprindo na própria vida.
Deus ainda está buscando homens e mulheres que estejam dispostos a morrer, se entregando a uma consagração absoluta a Ele. Consagração que é morte de uma velha vida e entrega total ao prazer de ser apenas um canal para que Cristo viva através de nós. E para que se realize o plano dEle em nossas vidas e no mundo em que vivemos. Ainda não somos capazes de imaginar o que Deus pode fazer por meio de alguém inteiramente consagrado a Ele.
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