20.7.05

Represas

Ninguém vai precisar ensinar o seu patrício nem o seu parente, dizendo: “Procure conhecer a Deus, o Senhor”. Porque todos me conhecerão, tanto as pessoas mais importantes como as mais humildes. Pois eu perdoarei os seu pecados e nunca mais lembrarei das suas maldades. Eu, o Senhor, estou falando. (...) Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. Eu lhes darei este único propósito na vida: temer sempre a mim, para o próprio bem deles e dos seus descendentes.
Jeremias 31. 34 e 32. 38 – 39.

Uma das cenas que mais me marcaram na infância é uma seqüência de Superman. Quando o míssil desviado por Lex Luthor atinge a falha geológica na Califórnia, tudo começa a vir abaixo. Jimmy Olsen está fazendo umas fotos em uma represa. A represa começa a ruir e se espatifa, deixando vazar uma quantidade imensurável de água. Na última hora, Super-Homem evita o desastre provocando uma avalanche que barra o fluxo da água.
Lembro que por muito tempo, quando criança, brinquei com essa imagem na cabeça. Quando tinha oportunidade, fazia barragens, represas e fingia destruí-las para ver a água correr livre, mesmo que aparentemente destruidora. É claro que nas dimensões de minha brincadeira de criança não conseguia reproduzir o impacto daquela cena do filme. Mas minha imaginação viajava longe.
Possivelmente é daí que vem uma imagem recorrente em minha mente quando oro por um avivamento, um derramamento mais pleno do Espírito em nosso meio. Sempre tenho a impressão que há uma barreira, uma represa, impedindo que o rio caudaloso da Água Viva do Espírito Santo flua, impactante, transformador, no meio do povo.
Como no cinema, para que o Rio Flua é preciso uma destruição. A destruição total de todos os obstáculos que têm impedindo o livre curso do Seu Fluir. É preciso detonar as paredes mais espessas que têm retido a água. Eu sempre tenho me declarado inconformado por saber que Deus tem muito mais para nós que temos experimentado. E sempre tenho a impressão que nós mesmos temos represado a ação impactante do Senhor em nossas vidas. Eu quero detonar os muros de minha barragem, quaisquer que sejam eles.
Dentre muitas coisas que desejo ver com mais realidade em mim e à minha volta, algumas são descritas por Jeremias nos textos que destacamos. Ninguém vai precisar ensinar o seu patrício nem o seu parente, dizendo: “Procure conhecer a Deus, o Senhor”. Porque todos me conhecerão, tanto as pessoas mais importantes como as mais humildes. Pois eu perdoarei os seu pecados e nunca mais lembrarei das suas maldades. Eu, o Senhor, estou falando. (...) Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. Eu lhes darei este único propósito na vida: temer sempre a mim, para o próprio bem deles e dos seus descendentes.
Em primeiro lugar, avivamento do Espírito é um instante histórico em que não precisaremos estimular ou desafiar ninguém a conhecer o Senhor com maior profundidade. Porque todos terão noção exata do quanto necessitam andar na intimidade e na presença do Deus Vivo. Não precisaremos, como temos feito e ouvido, ficar repetindo, reiteradas vezes, Procure conhecer a Deus, o Senhor, porque todos O conhecerão, sem limites e sem exceções. Avivamento é momento em que o conhecimento do Senhor, íntimo e profundo, atinge impactantemente o povo. Não há mais represas contra essa intimidade.
Assim, sem barreiras, temos noção nítida de que nível de relação temos com o Senhor: Ele é o nosso Deus temível e somos Seus servos. Na presença dEle, temos plena noção da diferença entre o nosso ser e o Ser de Deus. Entre a Sua vontade e a nossa vontade. Diante dEle, sem represas, no fluir pleno do Espírito, nos prostramos cientes de quem é quem nessa relação. Cientes do grande tesouro que é andar com o Senhor, passamos a ter um único propósito na vida: temer sempre a mim, para o próprio bem deles e dos seus descendentes.
Vencidas as barragens, derrubadas as represas, podemos viver a dimensão do fluir pleno do Espírito do Senhor, do avivamento que tanto ansiamos. Conheceremos, assim, o Senhor em toda profundidade e intimidade, mergulharemos nas Suas Águas, caudalosas e torrenciais. Conheceremos todos o Senhor, sem limites, sem exceções, e, por isso, teremos como único propósito na vida estar no centro da Sua Vontade, sujeito à Sua Palavra, temendo ao Senhor integralmente. Sem represas. Verdadeiramente avivados.

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