Enquanto entregavam o dinheiro que havia sido dado para o Templo, Hilquias achou o Livro da Lei de Deus, a Lei que o Senhor tinha dado por meio de Moisés.
(2 Crônicas 34. 14)
Eu acho que a experiência de carecer de orientação não é uma exclusividade minha na caminhada cristã. Suponho, com base no que vejo, que cada um de nós passa sempre pela necessidade de ser orientado. O caminho é difícil e tudo o que imaginamos precisar é ter uma voz que nos oriente que alternativas escolher. Essa é minha experiência nesse exato momento. Sinto-me livre e em busca de orientação. Uma vez que é a primeira vez, em nove anos, em que estou sem igreja. Procuro uma voz orientadora. Se vocês se desviarem do caminho, indo para a direita ou para a esquerda, ouvirão a voz dEle atrás de vocês, dizendo: “O caminho certo é este; andem nele” (Is. 30. 21).
Às vezes Deus nos fala assim, diretamente. Às vezes, porém, não somos capazes de confiar plenamente em nossos corações – o que é, em resumo, uma boa coisa. A história da descoberta do livro da lei na reforma de Josias pode nos instruir algo nessa direção. Duas coisas, em particular, me chamam a atenção no que se refere à busca de orientação.
A primeira coisa que destaco no relato é que o rei Josias deu ouvidos ao que estava escrito no texto da Lei. Ele deu ouvidos, tomou a sério, as palavras que entendeu virem direto de Deus através do testemunho escrito de Sua revelação secular aos judeus. Quando ouviu o que o livro dizia, o rei rasgou as suas roupas em sinal de tristeza (2 Cr. 34. 19). Isso me ensina que, em busca de orientação, a primeira coisa que devo fazer é dar ouvidos, levar a sério, o que o texto bíblico, o testemunho escrito da revelação de Deus à humanidade, me diz. A primeiríssima coisa que precisamos fazer para orientar a nossa vida é buscar a direção que nos aponta a Palavra de Deus. Humildemente e com coração quebrantado, precisamos ir ao texto sabendo que Deus vai usá-lo para nos dizer o que fazer. Se extraordinariamente Ele usa diversos meios para nos falar, o meio ordinário é Sua revelação bíblica. Para ter orientação e seguir em frente, sei preciso crer nisso de todo coração e abrir todos os meus sentidos para ouvir o que Ele tem a me dizer pela Bíblia a cada manhã.
Mas, assim como aconteceu ao rei Josias, muitas vezes acontece comigo. Mesmo diante da Bíblia, ainda me restam dúvidas. Às vezes não conseguimos – ou não queremos – compreender aquilo que o Senhor está a nos dizer. Precisamos, então, de ajuda. Alguma, que seja. Então Hilquias e os homens que o rei tinha enviado foram falar com uma profetisa chamada Hulda, que morava no bairro novo de Jerusalém (2 Cr. 34. 22).
Deus coloca pessoas em nossa vida, com mais experiência e olhos mais livres para ver o que não conseguimos ver por estarmos no meio do cenário. Essas pessoas podem ser as melhores conselheiras que precisamos. Deus as pode usar para nos orientar.
No nosso mundo de hoje, onde decepções se acumulam umas sobre as outras, é muito difícil para cada um de nós aprender a confiar nos conselheiros que Deus põem em nossas vidas. Mas os seus conselhos podem ser a única chance de vitória e orientação em nossas vidas. Com muitos conselheiros há segurança (Pv. 11. 14). Sem conselhos os planos fracassam, mas com muitos conselheiros há sucesso (Pv. 15. 22).
O que este relato do Antigo Testamento me ensina é que tenho dois caminhos, ordinariamente, para buscar a orientação que tanto preciso. O primeiro é ler a Bíblia para ouvir a voz de Deus falar comigo. O segundo é buscar o conselho de quem tem mais vivência e experiência do que eu. Homens e mulheres de Deus que possam me ajudar a interpretar os sinais de Deus na minha vida. Para isso, preciso confiar nos meus irmãos. Para isso, preciso entregar meu coração inteiramente ao Pai. E crer que Deus, meu consolo e minha esperança, me mostrará o melhor caminho para seguir. Se vocês se desviarem do caminho, indo para a direita ou para a esquerda, ouvirão a voz dEle atrás de vocês, dizendo: “O caminho certo é este; andem nele” (Is. 30. 21).
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