30.4.05

Pesado

Enquanto não confessei o meu pecado, eu me cansava, chorando o dia inteiro.
Salmo 32. 3

Este ano vai fazer nove anos que a graça irresistível de Deus tocou a minha vida e eu me rendi a Jesus. Foi em uma noite de setembro de 1996, logo após um acampamento. Aqueles dias à beira da lagoa do Bonfim, a alguns quilômetros de Natal, foram inesquecíveis.
Chegamos ali em uma sexta-feira e íamos aproveitar o feriado de Sete de Setembro, que era o sábado. Até ali, não fazia parte dos meus planos deixar o espiritismo e me tornar cristão. Até porque, como kardecista, eu me dizia cristão e lia, toda noite, um trecho da Bíblia e um trecho de algum livro espírita, em especial “O Evangelho segundo o Espiritismo”. Nada do que eu pensava para aqueles dias de descanso se relacionava com o que o Senhor planejava.
Já na segunda noite, percebia alguma coisa acontecendo comigo. Quando fui dormir, sentia-me envolvido por uma intensa alegria. Ela parecia está à minha volta, em torno do meu coração, mas incapaz de penetrá-lo. Aquela alegria intensa, eu sentia, não era minha, não estava em mim. Em mim, restava um peso.
Na manhã seguinte, manhã do domingo, comecei entender algumas coisas que se passavam dentro de mim. Havia um peso sobre mim. O peso do pecado. Havia uma alegria em torno de mim. A alegria da salvação. Naquele instante, tudo o que eu tinha e tudo o que eu percebia era o peso do pecado. Enquanto não confessei o meu pecado, eu me cansava, chorando o dia inteiro. Uma vida inteira distante do Senhor. O pecado como minha essência. Nenhuma dessas coisas me permitia que me sentisse livre. O peso disso tudo era sufocante. Tudo o que eu passei a querer era o alívio, era que alguém tirasse esse peso, que me parecia o peso do mundo inteiro, de meus ombros.
Então, à noite, já em Natal, me perguntaram se queria ser de Jesus. Nem pensei para dizer que sim. E, naquele momento, todo o peso foi embora. Eu estava livre e a aquela alegria que eu antes sentia só ao meu redor, penetrou fundo no meu coração. Era como se eu estivesse sonhando. Era como se eu voasse. Então eu Te confessei o meu pecado e não escondi a minha maldade. Resolvi confessar tudo a Ti, e Tu perdoaste todos os meus pecados (Sl. 32. 5).
Todos nós temos pecados que carregamos como peso. Esse peso pode, por fim, nos matar. Esse peso nos condena a todos. O peso do mundo sobre nossos ombros, no entanto, não precisa ser nosso destino final. Não precisa ser graças ao amor de Deus revelado em Cristo Jesus. Ele levou sobre Si os nossos pecados. O castigo que Ele tomou em nosso lugar é a única garantia de que a Paz Verdadeira e a alegria incessante podem penetrar no nosso coração. Nada mais pode ser feito.
Você pode tentar construir torres para o céu, para chegar perto de Deus. Você pode tentar descobrir maneiras de como lidar com o peso que aflige a sua vida. Você pode construir religiosidades para apaziguar a sua alma. Mas nada disso pode trazer resultado definitivo. Aliás, todas estas coisas contribuirão para uma satisfação fictícia. Nada disso pode ser real. Porque o pecado ainda estará com você, forçando, com o seu peso, sua vida à profundeza. Tristeza, desespero, peso e morte. E ainda que você sinta que toda a alegria da vida está à sua volta, você estará certo que seu coração está fechado a ela.
Só uma coisa pode mudar tudo isso: ir a Deus, por meio de Jesus Cristo, resolvido a confessar o seu pecado e não esconder a sua maldade. Aí, sim, Ele perdoará todos os seus pecados e limpará você de toda a sua maldade. Porque é somente por meio do próprio Jesus Cristo que os nossos pecados são perdoados (1 Jo. 2. 2). Foi na Cruz de Cristo que Deus perdoou todos os nossos pecados e anulou a conta da nossa dívida, com os seus regulamentos que nós éramos obrigados a obedecer. Ele acabou com essa conta, pregando-a na Cruz (Cl. 2. 13 – 14). Só na Cruz há alívio para nós, perdão para os nossos pecados.

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