O protetor do povo de Israel nunca dorme, nem cochila. O Senhor guardará você; Ele estará sempre ao seu lado para protegê-lo.
Salmo 121. 4 – 5.
Lembro de não poucas noites de sono que minha mãe perdeu ao meu lado, velando por mim, doente de alguma coisa. Geralmente uma forte gripe levava minha mãe a estar a noite toda ao meu lado na minha cama, se esforçando ao máximo por não cair no sono, monitorando minha febre, a dor de minha garganta, os meus pulmões cheios. Mas não foram só gripes. Tive sarampo, várias crises de otite. Quando tinha treze anos, passei duas semanas com os dois ouvidos inflamados, com muito pus e muita secreção. Eu cheguei a me divertir, porque pude assistir a Olimpíada de Barcelona inteira, sem ter de ir à escola. Mas minha mãe quase morreu de preocupação. A última vez que eu me lembro desse cuidado extremado por parte de minha mãe foi há cerca de dois anos. No meio de uma epidemia de dengue, fui baleado pelo Aedes Aegypt. Foram alguns dias doente. Principalmente à noite, a febre vinha forte. Levei meu colchão para a sala de minha casa e dormia lá. Diversas vezes durante a noite, minha mãe saía de seu quarto e vinha checar como eu estava ou se eu precisava de alguma coisa. Essa atitude, atitude de qualquer mãe, sempre me fez imaginar que, se ela pudesse, levaria a minha doença para que eu ficasse são. Ficaria doente no meu lugar.
No entanto, mesmo apesar de toda dedicação de minha velha mãe, muitas vezes o cansaço era mais forte, o sono mais poderoso, e ela dormia. Quando tive dengue, algumas noites ela resolveu velar sentada na sala ao lado do meu colchão. Deixava a tevê ligada no volume mínimo. Às vezes, eu acordava no meio da noite e flagrava a coitada dormindo. Por mais que me amasse, por mais que sua preocupação fosse grande, por mais intenso que fosse o seu cuidado, o sono a vencia muito mais do que ela gostaria.
O protetor do povo de Israel nunca dorme, nem cochila. O Senhor guardará você; Ele estará sempre ao seu lado para protegê-lo. Minha mãe não conseguia passar incólume pelo sono. Mesmo que me amasse enormemente. Por isso, seu exemplo serve apenas para dar uma pequena amostra do enorme cuidado que Deus tem por nós. Se nossos pais nos amam, Deus tem amor infinitamente maior por nós. Se nossos pais se importam com aquilo que sofremos, Deus muito mais tem compaixão de nós. Se nossos pais estão sempre dispostos a tomar a nossa doença em nosso lugar, Deus, através de Jesus, já levou sobre Si todo o nosso pecado, a nossa doença, a nossa iniqüidade, o nosso mal. Por amor e de graça. E, o que é mais fantástico, ao contrário do velar promovido por minha mãe, por nossos pais, que, vez por outra, é vencido pelo cansaço, levando-os a adormecer, o cuidado de Deus é incansável sobre nossas vidas. Nosso protetor jamais dorme ou cochila. Está sempre atento nos guardando. Está sempre ao nosso lado, cuidando de nós e nos protegendo.
Qualquer mãe, como a minha, tem um instinto de proteção total sobre sua cria, sobre seu filho. Mas ainda assim, sua proteção é imperfeita e, logo logo, todas as mães descobrem que não podem proteger seus filhos de todos os riscos, dores e tristezas. Por mais que queiram, são impotentes para isso. Sobra um certo nível de ansiedade. Deus é infinitamente poderoso para eficazmente nos proteger sempre e integralmente. O Senhor guardará você; Ele estará sempre ao seu lado para protegê-lo.
Minha mãe sempre quis me guardar e proteger. Às vezes até super-proteger. Como qualquer mãe. Mas super-protegido mesmo a gente se encontra quando se lança aos cuidados de Deus. O nosso protetor que não dorme nem cochila e para sempre nos guarda e nos protege, andando lado a lado conosco.
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