Finéias fez com que terminasse a minha ira contra o povo de Israel.
Números 25. 11
Alguns meses atrás, enquanto orava por minha igreja, vi uma coisa que mexeu muito comigo. Percebi a presença de algumas estruturas, malignas, em nosso meio que impediam o derramar pleno da bênção de Deus sobre nós. Uma atuação do Mal contra o ministério da igreja, especialmente contra o pastor. Ao mesmo tempo, Deus me mostrava uma multidão incontável, com os rostos sofridos daqueles que precisam do descanso de Cristo, necessitados da salvação, mas que permaneciam do lado de fora dos portões da igreja, ansiando por entrarem. Mas não poderiam entrar enquanto aquele obstáculo, plantado pelo inimigo, permanecesse fechando as portas ao derramar de Deus em nosso meio. Isso foi muito forte. Ficou claro que era preciso combater, com armas espirituais, esse obstáculo, porque Deus queria derramar Sua bênção plenamente em nosso meio. Não podia haver transigência com aquilo.
Eu confesso que tenho dificuldades com a história de Finéias. Ela é extremamente violenta, mas creio que se relaciona com essa visão que eu partilhava há pouco. Após não conseguir seus intentos de amaldiçoar Israel com o profeta Balaão, Balaque, rei de Moabe, arma um estratagema para destruir o povo de Deus. Ele criou uma situação em que o povo atrairia para si mesmo a maldição de Deus. Balaque agiu com esperteza, após descobrir que Israel era um povo abençoado por Deus e que Ele não mudaria de idéia. Faria o povo pecar para que o próprio povo se destruísse, sob o castigo do Senhor.
Balaque enviou sacerdotisas de seus deuses para a prática de orgias com os homens de Israel. Assim, os israelitas se reuniram para adorar o deus Baal-Peor, e por isso o Senhor Deus ficou muito irado com eles (Nm. 25. 3). O resultado do pecado do povo foi uma epidemia que dizimou vinte e quatro mil israelitas! Foi no momento em que Deus punia Seu povo e este se reunia para confessar seus pecados que Finéias, neto de Arão, entrou na história. Ele viu um homem do povo levar uma dessas sacerdotisas para dentro de sua barraca. Ele os seguiu, pegou uma lança e matou ambos. E assim acabou com a epidemia que havia entre os israelitas (Nm. 25. 8).
A história de Finéias é de uma violência extrema. Tenho bastantes dificuldades com ela. De mim mesmo, não a escolheria como exemplo. Mas ela nos indica que não pode haver espaço para a transigência quando se trata de fazer a vontade de Deus pelo bem do Seu povo. Finéias não transigiu porque sabia de sua responsabilidade para com o povo. Sabia que aquele era o povo do Senhor. Um povo que era alvo das bênçãos de Deus. Aliás, um povo a quem Deus tinha prazer em abençoar. Não seria possível permitir que qualquer coisa se impusesse entre o povo e o derramar da presença abençoadora do Senhor no Seu meio. A descoberta do obstáculo exigia uma resposta rápida para a sua remoção. Foi isso que Finéias fez.
Finéias fez com que terminasse a minha ira contra o povo de Israel. Deus nos ensina a agir com a violência de Finéias contra aquilo que atrapalha a Sua bênção em nossas vidas. Seja qual for o obstáculo que interpomos em nossa vida, em nosso coração, precisamos agir sem transigir para removê-lo. Seja pecado, seja receio, sejam pesos desnecessários, o que quer que Deus esteja mostrando a você que tem atrapalhado o derramar da bênção na sua vida, é hora de agir com violência para retirar isso daí.
Será que não reconhecemos essa intransigência e essa violência nas palavras de Jesus? Portanto, se o seu olho direito faz com que você peque, arranque-o e jogue-o fora, pois é melhor perder uma parte do seu corpo do que o corpo inteiro ser atirado no inferno. Se a sua mão direita faz com que você peque, corte-a e jogue-a fora. Pois é melhor perder uma parte do seu corpo do que o corpo inteiro ir para o inferno (Mt. 7. 29 – 30). É hora de agir com dureza contra o nosso pecado e os nossos obstáculos. Veja aqui a mudança de foco que Jesus traz. O código antigo de justiça, intransigente, estimulava o olho por olho, dente por dente. Agora chegou o tempo em que essa mesma intransigência passa a ser exigida contra nós mesmos. Não faz sentido cobrar uma dura justiça contra os outros, se somos transigentes conosco mesmos. é hora de agir com dureza contra nós mesmos. É hora de arrancar fora o que prejudica o derramar da bênção de Deus na nossa vida.
Não podemos ser transigentes com aquilo que tivermos certeza vir do Maligno, com aquilo que perturba a nossa comunhão com Deus, com aquilo que sabemos estar impedindo o derramar de Sua bênção em nossa vida. É hora de arrancar fora. É hora de tomar a lança, entrar na nossa barraca e eliminar o obstáculo. E, então, mergulhar nos rios liberados da presença do Senhor na Sua vida, na comunhão, na alegria e na bênção. É hora de intransigência para removermos a represa que impede o fluir das águas do Senhor em nossa vida. Há uma multidão lá fora, pessoas que precisam da bênção de nossas vidas, esperando por isso.
Um comentário:
Muito interessante este teu comentário... vou gravar e ler com mais atenção!
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