Que é um simples ser humano para que penses nele? Que é um ser mortal para que te preocupes com Ele?
Salmo 8. 4
A imaginação é uma ferramenta muito importante que podemos usar para nos achegarmos mais a Deus, para compreendermos muitas coisas na nossa relação com Ele. Nessa tarde, por exemplo, enquanto orava e meditava na Palavra de Deus, fiz uma viagem na minha imaginação. Em pensamento, fui para bem além de nosso sistema solar, de nossa galáxia. Imaginei-me indo a um ponto em que a terra fosse absolutamente impossível de ser visualizada. Longe no universo, distante de onde estou, pude perceber o quão pequeno eu sou.
Que é um simples ser humano para que penses nele? Que é um ser mortal para que te preocupes com Ele? Não só constatei minha pequenez quando reparei que um mísero ser humano, vagando na epiderme deste terceiro planeta do sistema solar, é algo infinitamente pequeno. Percebi minha pequenez também quando pensei que, por mais enorme e gigantesco que seja o universo, por mais duradouro que ele seja, ele é curto em tempo, e minúsculo diante do Deus que tudo criou apenas pela força da Sua Palavra.
Quando olho para o céu, que Tu criaste, para a lua e as estrelas, que puseste nos seus lugares - que é um simples ser humano para que penses nele? Que é um ser mortal para que te preocupes com Ele? (Sl. 8. 3 – 4). O universo criado tem cerca de 15 bilhões de anos. Seu enorme tamanho, virtualmente infinito, é equivalente à distância que a luz pôde percorrer nessa extensão de tempo. Algo em torno de 473.364 x 109 km -ou seja, 473.364 seguido por mais nove zeros! O que sou eu, com meu metro e oitenta, diante desse universo infinito? Mais que isso: e se você pensar que, para Deus, essa imensidão tamanha não passa de uma gota!
Como pode o ser humano se achar mais do que é? Como pode o coração do homem ser tão repleto de orgulho e vaidade? Como eu posso ser tão vaidoso e prepotente se os fatos me mostram que eu não sou nada? Como posso me sentir especial por qualquer coisa? Que é um simples ser humano para que penses nele? Que é um ser mortal para que te preocupes com Ele?
Não somos nada, mas aí entra em cena a maravilha do Deus que é tudo. Apesar do que somos e de quem Ele é, o Deus que tudo faz e tudo pode, e que criou todas as coisas, se importa com os miseráveis que somos nós. E não de uma forma qualquer, mas ao ponto de ter assumido a nossa natureza, ter se feito um de nós, e ter assumido a nossa morte, a nossa culpa e levado sobre Si o nosso castigo. Como ainda assim posso me sentir no direito de ser arrogante e soberbo? Não há nada em mim que justifique qualquer coisa que o Senhor me faça. Aliás, não há nada em mim que possa, por si, atrair o olhar do Deus do universo. A única coisa que promove isso, e que permite a Deus agir em nosso favor, é o Seu infinito amor. Amor sem fim, amor verdadeiro, amor sem palavras.
Ó Senhor, nosso Deus, a Tua grandeza é vista no mundo inteiro (Sl. 8. 1). Esse Deus enorme é o único dono do louvor, da gratidão, da exaltação e da glória que a criação pode dar. O orgulhoso quer tomar para si o direito de ser louvado. Quer dizer que pode fazer as coisas. Quer dizer que é independente do Senhor. Quer dizer que é poderoso e merecedor das bênçãos do céu.
O que realmente conhece o enorme Deus que se revela, amorosamente, em Cristo, sabe que só pode ter um coração contrito e quebrantado. Reconhece-se pecador e miserável. O que Tu queres é um coração sincero (Sl. 51. 6). Sabe que é pequeno e que não merece nada e não recebe coisa alguma por mérito próprio. Sua única chance é a graça infinda do Senhor do Universo. Por ser humilde e dependente da graça recebe do Senhor o privilégio de Sua intimidade, comunhão e de toda uma vida na dimensão de Sua graça e amor. Vida que não acaba aqui, que não se restringe a ser partícula de poeira do cosmos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário