29.1.06

Liberdade do Espírito

E onde o Espírito do Senhor está presente, aí existe liberdade.
2 Coríntios 3. 17

Esta semana, andando por Fortaleza, fui dar uma volta no centro da cidade. Fiquei pensando que bem poucos turistas iriam querer um tour pelo beco da poeira, praça José de Alencar ou praça do Ferreira. Ali, naquela muvuca toda, não há atrações turísticas. Nas tumultuadas e estreitas ruas do centro, não há muito o que se ver ou ouvir, a não ser o som ou a cara do povo. E como eu sempre gostei disso em Fortaleza. Como nos meus dias de cidadão cearense, eu caminhei pelas ruas do centro com os ouvidos abertos para ouvir o som das ruas, o barulho da cidade viva. Andei com as narinas abertas para sentir o nem sempre agradável cheiro do povo. Eu pensei e testemunhei a presença de Deus ali.
Era mais ou menos esse o dia a dia do ministério de Jesus. Ele esteve em sinagogas e no templo de Jerusalém. Ele participou dos ritos da religião oficial. Mas sua vivência de fé era o povo. Ele veio para trazer a presença de Deus para o meio do povo, não para o templo. No templo, só os sacerdotes tocavam a Deus. Nas ruas, Jesus tocava e era tocado pelo povo. O Emanuel estava ali, sendo tocado pela mulher do fluxo de sangue, libertando a filha da siro-fenícia, tocando o esquive e ressuscitando o filho da viúva de Naim, curando cegos, mudos e leprosos com suas próprias mãos. O Deus entre nós se fez um de nós – um Zé Niunguém. Ele trouxe a presença de Deus ao mundo – era o próprio Deus – e optou por estar nas ruas – não nos templos. Ele andou no meio de nós: A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade (Jo. 1. 14).
Falo tudo isso pensando que é o Espírito de Deus – por meio de Quem Jesus está presente no mundo hoje – quem gera a liberdade que é a vida com Deus. Não é qualquer fé, seja ela protestante ou não. É onde o Espírito está que há liberdade. É onde dois ou três se reúnem em nome de Jesus, que Ele se faz presente.
Vi Jesus solto nas ruas de Fortaleza. Na Beira-Mar fui atrás dos artistas populares: estatuas humanas, palhaços e muitos outros. No meio das gargalhadas do público, a presença de um Deus que nos criou à sua imagem e semelhança – ou seja, com a capacidade de rir, achar graça, zoar e se divertir. Sirvo a um Deus que me deu liberdade para rir com o povo e as crianças, porque Ele é um Deus que ri e se diverte com as crianças. Sirvo a um Deus que me deu a compaixão com os que são oprimidos, porque Ele veio para libertar os oprimidos. Amo a um Deus de liberdade, que é maior que qualquer motivo religioso, porque Ele é o Espírito: e onde o Espírito do Senhor está presente, aí existe liberdade.

Um comentário:

Marlene Maravilha disse...

É verdade meu irmão! Que grande feito a liberdade que Jesus nos proporcionou através do seu sacrifício! Pena que muitas pessoas não vejam desta maneira.
muito bom os textos.
Amo Fortaleza e aí fui algumas vezes.
Deu te abençoe.
Abraços