O choro pode durar a noite inteira, mas de manhã vem a alegria.
Salmo 30. 5
Como conter um coração que explode da alegria da libertação? A Bíblia nos fala sempre das festas de libertação do povo do Senhor. Eu as imagino repletas de uma celebração entusiástica que nenhum de nós poderia se sentir completamente à vontade. Acho que o sentimento de alegria pela libertação nas histórias bíblicas sempre foi tão intenso que não seria difícil chamá-lo de exagerado.
Já falei antes sobre a festa do outro lado do Mar Vermelho. A conjunção dos fatores – escravidão de quatro séculos, aperto diante do mar, morte iminente e livramento maravilhoso – só me conduzem a imaginar que a explosão de festa e alegria do outro lado colocaria as luzes da festa de Carnaval a uma inimaginável distância desta celebração. Festa do Deus libertador é sempre uma festa tremenda.
Se esse sentimento for transposto para a celebração do povo de Deus no Novo Testamento, liberto de escravidão e morte ainda mais sérias que o Egito, deveríamos reconhecer na Igreja o povo mais festivo e alegre da terra. Afinal, o povo transportado do império das trevas para o Reino do Filho amado: É Ele quem nos liberta e é por meio dEle que os nossos pecados são perdoados (Cl. 1. 13 – 14).
Isso nos fala das maiores libertações que geram em nós a mais intensa e extasiante alegria. O culto da Igreja de Cristo deveria ser a maior festa que jamais foi vista no mundo. A cada reunião. Mas se Deus nos alegra nas grandes e maiores libertações, Ele nos liberta no dia-a-dia de coisas menores.
Comecei a pensar nisso hoje quando conversava com uma amiga minha sobre o refrão de uma música do U2, da qual falei esta semana, Yahweh. A letra diz assim: Yahweh, Yahweh/ sempre dói antes que uma criança nasça/ Yahweh, Yahweh/ ainda estou esperando pelo amanhecer.
Já experimentei libertações e a alegria desse momento. Mas também já experimentei a dor e a dúvida da luta e do sentimento de morte. Nessas horas nos questionamos, reclamamos, clamamos acerca do porquê ainda estarmos esperando o sol nascer. Por que esta noite dura tanto?
Nessas horas de dúvida, palavras não servem para nada. E se eu acredito que devemos lembrar das festas de libertação é porque precisamos manter a fé: a história ainda não acabou. O sol vai nascer. O choro pode durar a noite inteira, mas de manhã vem a alegria. Ou como dizem os irlandeses: (...) sempre dói antes que uma criança nasça/ (...)/ ainda estou esperando pelo amanhecer.
Se é noite em sua vida, espere o amanhecer. Se tudo falha em seu coração, tenha pelo menos um certeza: o sol vai nascer. A alegria da libertação, nesse dia, inundará a sua vida.
Um comentário:
Achei o texto muito bom. Acho que me vai ajudar imenso nas noites que passo sem dormir. Nas noites que não têm fim. Lembrarme-ei da luz da madrugada. Ainda bem que entrei no mundo dos Blogers. Obrigado pelo vosso texto
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