Sobre a Páscoa (parte 1)
Eu tenho visto como o meu povo está sendo maltratado no Egito... Sei o que estão sofrendo.
Êxodo 3. 7.
Já tenho falado acerca do Deus que não anda distante no céu, mas intervém em favor do Seu povo que sofre na terra. Essa é a história da Páscoa, apontada de um modo direto no livro do Êxodo e trazida à plena realização espiritual na vida e ministério de Cristo. Tenho falado bastante sobre isso, mas nunca é demais relembrar. Nunca é demais tentar reviver tudo isso.
Moisés, salvo pela astúcia de sua mãe da condenação de Faraó, ainda recém-nascido, é adotado pela princesa e criado no palácio. Quando chega aproximadamente aos 40 anos, percebe a situação terrível em que se encontra o povo judeu. Após matar um egípcio que feria um judeu, se vê forçado a fugir. Quarenta anos depois, uma sarça que queimava e não se consumia revela o Deus vivo ao ex-príncipe. E Deus o vocaciona a ser o libertador dos judeus. Esse é o nosso texto.
A primeira coisa que o texto mostra é que o Senhor é um Deus que vê e sabe. O povo pode se sentir abandonado por Deus. O Senhor pode parecer ausente ou mesmo superado como uma estória de Carochinha. Mas Deus vem até Moisés e se mostra como Alguém que vê e sabe. Não está ausente, não está distante. Participa da história de Israel, mesmo quando parece difícil acreditar nisso.
É assim mesmo. Muitas vezes a sensação de uma morte de todas as coisas nos consome a tal ponto que parece que nada daquilo em que cremos e que vivemos parece real. A dor é imensa, o sofrimento é terrível, e, para piorar, nos sentimos sós. A sensação de ter sido abandonado por Deus amplifica a dor. Amplifica o desespero. Gritamos e não há quem escute. Ninguém parece está nem aí para a nossa dor. Ninguém surge disposto a nos ajudar. Nessas horas, podemos pensar que, se há um Deus, Ele está muito longe para nos ver e agir em nossas vidas, em nosso socorro. Mas é mais fácil deixar essa fé tola de lado. Afinal, não sentimos Deus presente. Não temos o Seu toque. A única coisa que temos é a dor, o sofrimento e a solidão. Se prosseguirmos assim, não restará fé alguma.
O povo de Israel estava sofrendo com a exploração dos egípcios. Era escravo, não tinha direitos e estava se acostumado àquela situação tão dura. Mas tudo doía demais. E eles buscavam uma saída.
Deus chega nessa história. E se mostra como Alguém que jamais esteve tão ausente quanto eles imaginavam. E que jamais abandonou o Seu Povo. Que jamais permitiu e nem permitirá que o sofrimento intenso destrua a Sua gente eleita definitivamente. Eu tenho visto como o meu povo está sendo maltratado no Egito... Sei o que estão sofrendo.
A Páscoa revela este Deus que vê e sabe. O Deus que se revela, de maneira plena, em Jesus Cristo. Na sua Cruz. Na sua morte. Na sua vitória. Ele, o nosso Sumo Sacerdote: O nosso Grande Sacerdote não é como aqueles que não são capazes de compreender as nossas fraquezas. (Hb. 4. 15). No seu trono de graça recebemos misericórdia e socorro sempre que, de fato, necessitarmos (Hb. 4. 16).
Jesus é o Deus que vê e que sabe. Que jamais nos deixa desamparados. Que não está longe, sem se importar com a dor do Seu povo. Mas que vê e sabe. Iclusive, a melhor hora de intervir na nossa história.
Nenhum comentário:
Postar um comentário