Sobre a Páscoa (parte 2)
Tenho ouvido o seu pedido de socorro por causa dos seus feitores... tenho ouvido o pedido de socorro do meu povo...
Êxodo 3. 7 e 9.
O Deus que vê é o Deus que ouve. Ele ouve a voz do clamor do Seu povo a todo instante. Os seus ouvidos estão atentos para o que falamos, para o que clamamos, como estavam atentos à voz de Israel, oprimido pelos egípcios.
A idéia do Deus que ouve me faz pensar em dois textos distintos, cheios de significados e de riqueza para as nossas vidas. O primeiro é o Salmo 40. 1: Ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. Sempre foi impressionante para mim a riqueza dessa imagem. É a figura do Rei de todo universo, sentado no Seu Altíssimo Trono de Glória, ouvindo a súplica de Seus súditos. Esse trono está um tanto distante dos que suplicam, então, para que possa ouvir, esse Rei se inclina e se aproxima da pessoa que pede. Ele se inclina para ouvir. Ele se preocupa ao ponto de demonstrar para nós que não está indiferente. Ele realmente quer ouvir a nossa voz. Ele se esforça para isso. Ele se inclina para ouvir o nosso grito de socorro. Nós não falamos ao leu. Nós temos um Deus, o Rei do Universo, que nos ouve de verdade. Que quer nos ouvir. Que está aqui, curvando-se no Seu Trono para isso.
É claro que a idéia de um Deus que ouve a nossa voz diz respeito a um povo que ora. Que intercede. Que clama. Que pede pelo socorro, pelo auxílio, pela ação de Deus. Um povo, que mesmo nos piores momentos, é ainda capaz de acreditar que há um Deus no céu que ouve a súplica e não a deixa sem resposta.
É disso que fala o outro texto a que eu sou remetido. Outro anjo veio com um vaso de ouro no qual se queima incenso e ficou de pé ao lado do altar. Ele recebeu muito incenso para juntar com as orações de todo o povo de Deus e oferecê-lo no altar de ouro que está diante do trono. E das mãos do anjo que estava diante de Deus subiu a fumaça do incenso queimado, junto com as orações do povo de Deus. Então o anjo pegou o vaso de incenso, o encheu com fogo do altar e jogou sobre a terra. Houve trovões, estrondos, relâmpagos e um terremoto (Ap. 8. 3 – 5). Se clamamos a um Deus que ouve, esse Deus responde. A nossa oração não fica sem resposta, por mais que as vezes sejamos incapazes de compreendê-la.
O maravilhoso é que o Deus que pode responder com silêncio, pode responder de uma maneira que não nos agrada, é o mesmo Deus que pode provocar trovões, estrondos, relâmpagos e um terremoto apenas para atender a nossa súplica. O maior poder do Universo é disponibilizado a nós pela nossa oração. Quando pedimos segundo o que é vontade de Deus podemos esperar o mover maravilhoso, sobrenatural e tremendo do Senhor em resposta à nossa oração. Deus é um Deus que ouve a súplica e o clamor de Seu povo.
Deus ouviu a súplica de Israel no Egito. Sua resposta foi uma ação de poder que subverteu todas as leis físicas e naturais. Ouviu a súplica do mesmo povo sob à opressão do Império Romano e, em resposta, na plenitude do tempo, enviou o Salvador do Mundo. O próprio Deus, o Maior Poder do Universo, na Pessoa do Filho, se fez um de nós para libertar e salva a humanidade.
Quando passamos por situações difíceis, a história da Páscoa nos revela um Deus que nos ouve, que inclina os Seus ouvidos para ouvir a nossa oração, e pode nos responder dispondo do grande poder do Universo para fazer cumprir a Sua vontade.
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