Pois agora vou fazer uma coisa nova, que logo vai acontecer,e, de repente, vocês a verão.
Isaías 43. 19
Israel era um povo que adorava reclamar. Nunca estava satisfeito com coisa alguma. Sempre se voltava contra Moisés no deserto, acusando-o, não sei bem de quê. A insatisfação era a marca registrada daquele povo. Então, veja só, apenas passados dois meses após ter sido libertado da escravidão no Egito, o povo se voltou contra Moisés e seu irmão Arão: Teria sido melhor que o Senhor tivesse nos matado no Egito! Lá, nós podíamos pelo menos nos sentar e comer carne e outras comidas à vontade. Vocês nos trouxeram para este deserto a fim de matar de fome toda esta multidão (Ex. 16. 3). Que povo ingrato! O Senhor lhe devolveu a liberdade, está lhe conduzindo para uma terra que será toda dele e ainda encontra tempo para reclamar contra o Senhor. Mas por Deus ser paciente com Seu povo é que essa história introduz o aparecimento do Maná no deserto.
O Maná [O que é isso?] tinha umas regras e uns sentidos interessantes. Representava, acima de tudo, o cuidado de Deus por Israel durante a caminhada do deserto. Tanto que, tão logo o povo entra em Canaã e pode colher com suas próprias mãos o que comer, diz a Bíblia, cessa o Maná. O Maná é a presença da Graça de Deus no meio dos momentos mais complicados de um povo que, tantas vezes, era tremendamente complicado. Mas esse povo, que carregava o nome do Senhor, precisava se alimentar e precisava aprender a depender da Graça. Daí, o Maná.
As regras acerca do Maná eram muito interessantes. E essas regras querem ensinar umas coisas curiosas. Todas as manhãs, à exceção da manhã de sábado, Deus faria chover Seu pão do céu. O suficiente para cada um. Ninguém teria demais, ninguém teria de menos. Nenhum israelita poderia tentar colher mais do que precisava, a fim de guardar para o dia seguinte. Se assim fizesse, a porção colhida apodreceria. E, para ninguém pensar que esse alimento seria “natural”, no sábado não haveria o Maná. Então, na sexta-feira, e apenas na sexta-feira, o povo poderia colher a porção dobrada para guardar para o dia seguinte. E essa porção não apodreceria. Para completar o quadro sobrenatural do Maná, mais à frente, após a construção da Arca, uma porção dele é guardada como testemunho acerca do cuidado do Senhor dentro dela.
O relato do Maná me ensina que a graça de Deus é para cada dia. Eu não posso tentar levar para amanhã aquilo que vivo com Deus hoje. A cada dia é preciso vivenciar e experimentar uma nova porção da Graça de Deus, da comunhão com Ele. Do mesmo modo, Ele é Deus que faz novas todas as coisas. Nossa relação com o Pai, por meio de Jesus, nas duas vias, indo a Ele e vindo dEle, é uma relação que se renova todas as manhã. Tudo se faz novo. Tudo se renova.
Pois agora vou fazer uma coisa nova, que logo vai acontecer,e, de repente, vocês a verão. O Deus que vence o passado é o mesmo que nos avisa que sempre faz coisas novas. Deus não é caduco, não se agarra às velhas estruturas, às velhas posturas, aos relacionamentos de ontem. Deus faz novas todas as coisas. O nosso problema, às vezes, é de visão. Enquanto Deus quer fazer e está fazendo coisas novas, muitas vezes ficamos desatentos e não conseguimos ver isso, porque queremos continuar olhando para ontem. O resultado é sermos surpreendidos quando essa novidade aflora, “de repente”, diante de nossos olhos. Às vezes, como não estamos preparados, a rejeitamos. Mesmo que seja uma novidade promovida pelo próprio Deus. Ela é tão surpreendente, nos surpreende a tal ponto, que corremos o sério risco de não percebermos que é fruto da ação da Graça de Deus. Foi Deus quem fez, mas foi tão novo e tão “repentino”, que nos quedamos perdidos e surpresos.
Pois agora vou fazer uma coisa nova, que logo vai acontecer,e, de repente, vocês a verão. Deus faz sempre coisas novas. Ele não é caduco, as coisas dEle sempre se renovam. É o homem quem tenta manter tudo como está, manter tudo envelhecido. O Espírito de vida e de Graça de Deus é Espírito de novidade.
Além de ações novas, Deus faz um povo novo. Ele toma Seu povo e o faz de novo. Ele nos toma em Suas mãos e nos faz de novo. A profecia de Isaías se refere à volta do cativeiro babilônico. Um povo, um Israel, vai para o cativeiro por causa dos seus pecados, de sua idolatria. É outro povo que volta de lá. É um povo renovado. É um povo refeito. Depois desse retorno, nunca mais a idolatria que condenou Israel voltou a ser praticada. Deus fez um Povo novo. E Deus continua a fazer isso por meio de Jesus Cristo, como bem diz Paulo aos Coríntios, em texto que já citei ontem: Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa; acabou-se o que era velho, e já chegou o que é novo (2 Co. 5. 17). Deixe o Espírito de novidade do Senhor fazer diferença em sua vida e em seu coração.
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