Olho para os lados e não vejo ninguém que me ajude. Não há ninguém para me proteger, não há ninguém que cuide de mim.
Salmo 142. 4
Eu devia ter uns cinco anos de idade. Havia uma loja do Pão de Açúcar praticamente na esquina da rua onde morava aqui em Natal. Lembro que tinha um certo receio de ir a esse supermercado porque uma casa vizinha a ele tinha um doberman que de vez em quando era visto andando solto na calçada. Eu morria de medo de cachorros, muito mais de raças como doberman. Fui, certo dia, com minha mãe ao supermercado. Naquele eu estava especialmente teimoso. Desobedeci diversas vezes minha mãe que me pedia que não corresse na loja, não saísse de perto dela. Até que... não a vi mais. Lembro de começar a entrar em desespero. Imagine o que significava para uma criança de cinco anos de idade estar perdida dentro de um supermercado. Olhava para os lados e não via ninguém que me ajudasse. Não havia ninguém para me proteger, não havia ninguém que cuidasse de mim. Após uns poucos instantes de desespero – para mim pareceu uma eternidade – senti a mão de minha mãe segurando firme a minha. E aprendi a lição de nunca mais sair de perto da pessoa que me fazia sentir seguro, que me protegia, cuidava de mim e me ajudava.
Nos últimos dias tenho estado com uma canção no coração – canção que escuto agora enquanto escrevo:
Tenho saudades
Saudades de Ti
Minha vontade é
Voltar atrás, onde cai
E recomeçar tudo de novo
E nunca mais deixar
Meu coração se esfriar
Te quero
Preciso do Teu calor
(Quero me apaixonar, Diante do Trono)
Às vezes sinto como se tivesse largado a mão do Senhor, como fiz no passado com a mão da minha mãe. Como se eu tivesse me afastado daquele que me guarda, me protege, que é a minha segurança. Tenho saudades dele. Tenho saudades de andar agarrado à Sua mão como andava com minha mãe. Sinto-me um pouco como quando tinha cinco anos e me perdi no meio do supermercado. Tenho saudades. Aspiro ser reencontrado pelo Senhor. Ser achado por Ele. Recomeçar tudo de novo e não deixar meu coração se esfriar. Porque quero desesperadamente o Senhor, preciso do Seu calor.
Olho para os lados e não vejo ninguém que me ajude. Não há ninguém para me proteger, não há ninguém que cuide de mim. Muitos de nós temos andado e vivido assim. Coisa que não é, em absoluto, necessária. Deus está próximo e disposto a se deixar ser encontrado. Ele quer nos encontrar e mudar a vida da gente. Basta a atitude correta: Eu clamo a Deus, o Senhor, pedindo socorro [só Ele pode nos socorrer – lembre disso e creia nisso!]; eu suplico que me ajude. Levo a Ele todas as minhas queixas e lhe conto todos os meus problemas. Quando estou desistindo, Ele sabe o que devo fazer. (...) Ó Senhor, eu grito pedindo a Tua ajuda. Ó Deus, tu és o meu protetor, és tudo o que desejo nesta vida (Sl. 142. 1 -3 e 5).
O Senhor está bem aqui ao nosso lado. Ao meu lado e ao seu lado. Ele é a nossa força e segurança. Aquele que pode nos segurar pela mão e nos fazer sentir seguros e firmes, como jamais a minha mãe poderia me fazer sentir. Ele está aí ao seu lado. Volte-se a Ele. Clame a Ele. Fale com Ele. Anseie por Ele. E você será achado – seguro pela mão dele – assim como eu fui por minha mãe aos cinco anos, no meio daquele enorme supermercado.
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