Portanto, meus irmãos, por causa da grande misericórdia divina, peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a Ele. Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a Deus.
Romanos 12. 1 (NTLH)
A palavra pela qual conhecemos essa espécie de sacrifico que consome completamente a oferta é holocausto. Ainda que no mundo contemporâneo a referência imediata possa ser os campos de concentração nazistas na segunda guerra, o holocausto é um termo que vem dos rituais, do culto: era o sacrifício que era totalmente (holos) queimado (kaustos).
Por trás de Romanos 12. 1, como capta a Nova Tradução na Linguagem de Hoje, há a ideia do holocausto.
Entre várias possibilidades, o holocausto pode representar a entrega total e absoluta do adorador, o ofertante, ao Deus a quem oferta. A oferta será totalmente consumida pelo fogo - de igual modo, o ofertante afirma estar sendo completamente entregue e consumido por Deus.
Paulo pede aos Romanos - e a nós, por tabela - que nos ofereçamos “completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a Ele”. Este seria, para o apóstolo, nosso culto lógico, racional, espiritual: a verdadeira forma de adoração, um entrega total e absoluta a Deus.
Sempre que leio sobre holocausto nas Escrituras penso nesse significado: oferecer um holocausto é fazer uma entrega total. E penso: e eu? Já fiz?
Será que nós dizemos que fizemos uma entrega total de nossas vidas a Deus, mas lutamos com unhas e dentes para mantermos o nosso controle sobre algumas esferas dessa vida?
Será que nós dizemos que ofertamos nossa vida como holocausto a Deus, mas esquecemos que ser consumido por Alguém deveria significar mergulhar em sua intimidade - e aí nem lembramos qual foi a última vez que meditamos nas Escrituras, que louvamos a Deus, que conversamos com Ele?
Será que nos oferecemos a nós mesmos "completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a Ele” mas somente como um assentimento emocional ou intelectual sem repercussões reais em nossa vida?
Será que dizemos e fazemos tudo isso porque o hábito cultural de nossa sociedade implica a religião, mas consideramos a religião tão secundária que descartamos a importância de nossa espiritualidade, de nosso culto racional, de nossa relação com Deus?
O que precisamos mudar em nós para experimentarmos de verdade os impactos e as implicações de uma real oferta pessoal como holocausto?
Talvez a própria sequência do texto possa nos ajudar a encontrar a resposta:
Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a ele.
Romanos 12. 2 (NTLH)
Alguém que se oferece como oferta total, como entrega completa, como um holocausto a Deus, só poderá ver as implicações disso quando experimentar uma completa, total mudança de mente.
E essa parte não depende de Deus - depende de mim e de você, apenas.
O chamado de Paulo é claro:
Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês.
Não é Deus quem vai tomar tal atitude por você. A atitude é só sua.
Aí sim, conhecendo a vontade de Deus, experimentando-a, a entrega de si mesmo como holocausto num culto lógico, racional, espiritual, fará diferença em sua vida e, de sua vida, na vida dos outros.
Consumido por Deus você será, acima de tudo, instrumento de Deus.
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