Cantor de canções de amor
O Senhor disse: Homem mortal, quando os seus irmãos israelitas conversam perto das muralhas da cidade ou na porta das suas casas, eles falam de vocês. Eles dizem: “Vamos saber o que o Senhor tem para nos dizer agora”. Assim o meu povo se ajunta em grande número para ouvir o que você tem para dizer, mas eles não querem pôr em prática o que vocês diz. “Ele fala bonito” - eles dizem, mas o que eles querem é ganhar dinheiro. Para eles você não passa de um cantor de canções de amor ou tocador de harpa. Eles ouvem o que você diz, porém não fazem nada daquilo que você manda. Porém, quando acontecer tudo o que você diz – e vai acontecer mesmo -, aí eles ficarão sabendo que um profeta esteve no meio deles.
Ezequiel 33. 30 – 33.
Em uma manhã recente, estava no púlpito da igreja enquanto o pastor pregava. Ele estava falando sobre o texto de Atos 2, o relato de Pentecostes. Falava sobre a importância de esperar, orando. Mas me incomodou muito ver, no fundo do templo, no lugar de controle do som, três jovens conversando animadamente, de costas para o pregador.
Em uma outra ocasião, três dias após eu haver pregado na mesma igreja, perguntei a um amigo o que ele tinha achado da mensagem. Durante o culto, os olhos daquele rapaz estavam sobre mim. Porém, quando eu quis saber se ele lembrava algo daquela pregação ele não sabia. Não é que ele não lembrava. Ele nunca soube porque não estava prestando atenção.
Deus tem levantado homens e mulheres para anunciarem a Sua Palavra no nosso meio. Profetas e profetisas têm sido postos para nos instruir e desafiar acerca da vontade de Deus para as nossas vidas. Mas temos sido indiferentes a cada um deles. Encaramos cada um como alguém que canta bonito, alguém que toca bem, alguém que fala grandiosamente, mas não estamos atentos ao que estão dizendo. Somos até capazes de, nos dirigindo a eles no fim de nossos cultos, dizer-lhes que eles pregaram uma bela mensagem. Uns para os outros dizemos: Ele fala bonito.
Mas nós não pomos essa bela Palavra em prática. Quando a ouvimos, fazemos ouvidos de mercador, e ela atravessa nossa mente sem encontrar terra para frutificar. A semente que Deus lança em nossos corações por meio de Seus servos não pode germinar em nós e, em conseqüência, vivemos vidas sem frutos, secas, como uma videira que só serve para ser queimada.
Acredito que a explicação de nossa atitude de desprezo à Palavra pregada se deve à incoerência de nossa fé proclamada. Dizemos que amamos a Jesus, que Ele é o que de mais importante temos na vida, mas não queremos abrir mão do controle de nossos passos, como exige o discipulado do Senhor.
Então agimos como aquela criança que sabe que vai ser repreendida pelo Pai, então tapa os ouvidos e grita alto para não ouvir o que Ele diz. Desse modo, infantilmente, rejeitamos a intimidade e a Palavra do Senhor para permanecermos na nossa mediocridade.
Nessa hora, é interessante reparar na profecia que Ezequiel tem acabado de proclamar, antes que Deus lhe dirija as palavras que destacamos: Diga a essa gente que eu, o Senhor Deus, estou avisando: Juro que os moradores das cidades arrasadas serão mortos. Os que vivem no campo comidos por animais selvagens. Os que estão escondidos nas montanhas e cavernas e ficarão doentes e morrerão. Farei com que o país vire um deserto abandonado. O poder de que se orgulhavam acabará. As montanhas de Israel ficarão tão desertas, que ninguém passará por elas. Quando eu castigar o povo pelos seus pecados e fizer com que o país vire um deserto, aí eles ficarão sabendo que eu sou o Senhor (Ez. 33. 27 – 29). Preste atenção, agora, no que o Senhor diz a Ezequiel sobre isso: Porém, quando acontecer tudo o que você diz – e vai acontecer mesmo -, aí eles ficarão sabendo que um profeta esteve no meio deles (Ez. 33. 33).
Ouça a voz do Senhor antes que Ele cumpra a Sua ameaça.
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