23.4.05

Tomando o lugar

Mas Deus nos mostrou o quanto nos ama: Cristo morreu por nós quando ainda vivíamos no pecado.
Romanos 5. 8

A função e o papel dos guarda-costas de filmes chamam muita atenção. Já vimos muitas produções representando como trabalham aqueles agentes do serviço secreto americano na proteção das autoridades. A coisa que mais se destaca é o fato de que aqueles homens e mulheres são treinados para levarem os tiros no lugar dos protegidos. Não levando em grande consideração as próprias vidas, sem pensarem direito, são preparados para se jogarem na frente de uma arma. Estão preparados para morrerem no lugar das pessoas a quem protegem.
Recentemente vimos isso acontecer de verdade. A jornalista italiana Giuliana Sgrena havia sido seqüestrada no Iraque ocupado. Uma operação do serviço secreto italiano a estava resgatando e conduzindo ao aeroporto para que saísse do país. Militares americanos disparam contra os veículos italianos. O agente Nicola Calipari jogou o seu corpo sobre o da jornalista, para protegê-la, e acabou sendo morto. Ela sobreviveu.
Esses homens e mulheres se preparam para morrerem no lugar de outras pessoas. Tomam o lugar de outros cada vez que isso for necessário. Não são motivados por outra coisa senão o sentimento de dever. Não devem titubear. Não devem ter dúvidas.
Jesus fez algo assim por nós. Ele tomou o nosso lugar de uma vez por todas. Mas não por qualquer sentimento de dever. Aliás, não era, absolutamente, isso que deveria acontecer. É absurdo imaginar que o Filho de Deus se fizesse um de nós e morresse uma morte que estava reservada a toda humanidade. É absurdo imaginar que Ele tomasse o nosso lugar no castigo que todo pecado merece. É absurdo, mas aconteceu porque o Amor é absurdo.
De fato, quando não tínhamos força espiritual, Cristo morreu pelos maus, no tempo escolhido por Deus. Dificilmente alguém aceitaria morrer por uma pessoa que obedece às leis. Pode ser que alguém tenha coragem para morrer por uma pessoa boa. Mas Deus nos mostrou o quanto nos ama: Cristo morreu por nós quando ainda vivíamos no pecado (Rm. 5. 6 – 8).
Costumo dizer que todos nós merecemos uma mesma coisa. Todos nós merecemos a condenação do inferno, a morte eterna, o sofrimento sem fim. Somos pecadores resolutos. Nossa natureza corrupta se opõe à santidade de Deus. Por isso, merecemos uma única coisa: castigo e morte. Era o que merecíamos. Mas Jesus, como um guarda-costas, mas motivado por um absurdo Amor, e não por dever, tomou o nosso lugar. Ficou na frente do tiro e foi ferido mortalmente. Éramos nós que deveríamos ter estado naquela Cruz. Mas aquela Cruz é o ato máximo do amor de Deus que toma o nosso lugar, levando a nossa morte e o nosso castigo sobre Si, para que tivéssemos a Sua vida e a Sua bênção sobre nós. Como qualquer humano guarda-costas, Jesus não titubeou, não pensou duas vezes, mas levado pelo Amor, tomou o nosso lugar, morreu por nós pecadores, quando ainda éramos fracos. Morreu pelas mãos daqueles a quem veio salvar.

Nenhum comentário: