11.8.05

Furacão

Estás em volta de mim, por todos os lados, e me proteges com o Teu poder.
Salmo 139. 5.

Esta noite eu tive um sonho tumultuado. Nele, eu estava, com um grupo de pessoas, enfrentando um furacão. Buscávamos todos abrigo em uma espécie de celeiro construído com madeira. Quando estávamos lá dentro, todos corriam de um lado a outro em busca do melhor lugar para escapar daquela tão terrível tempestade. Quando um grupo se dirigia para um espaço protegido sob uma marquise, eu comecei a dizer que o melhor lugar a estar era em um salão desprotegido onde me encontrava. Claro, ninguém me deu ouvidos. Mas naquele instante o furacão começou a destelhar o celeiro, a arrancar fora todas as madeiras e levou embora para a morte os meus companheiros. Eu fiquei onde estava, aparentemente desprotegido com mais alguns, ciente de que ali havia uma espécie de redoma protetora da parte do Senhor. O Senhor era a nossa proteção ali e, por isso, o celeiro foi devastado, mas nós permanecemos guardados, seguros e protegidos.
Este sonho me ensinou lições óbvias. Os abrigos em que vocês confiam não são seguros; eles serão destruídos por chuvas de pedra, serão arrasados por trombas-d´água (Is. 28. 17). O sonho me fez pensar nesses dois textos bíblicos que eu destaquei. Os dois textos refletem duas ações distintas, opostas, diante do mesmo furacão, mas que representam vida ou morte. Isaías fala contra um povo que está vendo a ameaça do Senhor contra si, mas, em vez de se voltar a Ele, arrependido, se mantém orgulhosos. Ele profetiza contra a liderança de Jerusalém que, segundo o texto, em vez de buscar a Rocha para escapar, tem se valido de acordos com a “morte”. A sua confiança está depositada em abrigos tão incertos que, certamente, serão levados como palha seca ao vento. Os abrigos para a tempestade de Deus que foram erguidos por essas pessoas não resistirão de maneira alguma à intempérie. São abrigos construídos pelas mãos humanas, sejam físicos ou não: foram os homens que tentaram erguer esses caminhos de escape. Tal qual aquele homem que Jesus diz que construiu uma casa sobre a areia: Caiu a chuva, vieram as enchentes, e o vento soprou com força contra aquela casa. Ela caiu e ficou totalmente destruída (Mt. 7. 27). Essa péssima construção se ergue quando não obedecemos aos mandamentos de Deus (Mt. 7. 26)!
Essa imagem estava no meu sonho. O maior grupo quis se abrigar do furacão no lugar mais óbvio e aparentemente mais seguro: sob a marquise. E não deram ouvidos aos alertas de que não era ali que o Senhor guardaria o Seu povo. Por isso, quando os ventos da tempestade levaram o celeiro embora, levaram junto aquele grupo teimoso, que não queria ouvir a Palavra de Deus.
Estás em volta de mim, por todos os lados, e me proteges com o Teu poder. Contra as tempestades da vida não precisamos de qualquer abrigo construído por mãos humanas. O próprio Deus pode ser o nosso Refúgio. Ainda que pareça loucura se lançar ao cuidado unicamente do Senhor Jesus, é sempre melhor. Ele nos protege pessoalmente. Ele se levanta em nosso favor. Ele, em pessoa, é nosso escudo. Ele, em pessoa, é nossa fortaleza. Sendo assim, por que temer ainda? O Senhor Deus é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor me livra de todo perigo; não ficarei com medo de ninguém. (...) Em tempos difíceis, Ele me esconderá no Seu abrigo. Ele me guardará no Seu Templo e me colocará em segurança no alto de uma rocha (Sl. 27. 1 e 5). O escape, no meio do furacão, é se entregar à confiança no Senhor.
Lembro que minha sensação no sonho era de que era loucura ficar ali, tão exposto, no meio do vão, enquanto o vento levava tudo. Até que me tocava de que o Senhor estava em volta de nós, nos guardando. Ele nos protegia de uma maneira muito melhor do que qualquer celeiro de madeira. O vento levou tudo, mas o Senhor nos susteve naquele lugar, guardados e protegidos. No fim, tudo estava destruído, mas o escudo do Senhor havia nos preservado.
Todos nós enfrentamos furacões em nossa vida. A diferença que pode nos preservar a vida é a opção pelo abrigo erigido por mãos humanas ou pelo abrigo, mesmo cheio de loucura, do Senhor em nossas vidas. E essa escolha se fundamenta no nível de relacionamento que nós vamos optar ter com Jesus. Se optarmos por uma vida de superficialidade religiosa significa que estamos querendo o abrigo do celeiro de madeira, feitos por homens. Mas se optarmos pela comunhão íntima com Deus por meio da oração e da leitura da Palavra, estamos escolhendo depender e confiar, unicamente, no Escudo do Senhor, no Seu Cuidado e na Sua Proteção.

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