Filipenses 3.8-9
Em setembro de 1996, aos 17 anos, eu enfrentava uma crise existencial, talvez típica da adolescência. A morte de um colega de escola em um acidente de carro fez a crise aprofundar. Tudo estava em crise para mim, a partir da fé e do modo de ver a vida. Ali eu era um adolescente espírita que colocava em xeque sua própria concepção de Deus.
No feriado de 7 de setembro, fui para um acampamento evangélico. Aquela foi a experiência arrebatadora e transformadora da minha vida - aquilo que costumamos chamar de conversão.
Lembro que na noite do sábado, 7, eu fui dormir me sentindo incomodado porque havia uma doce alegria no ar, ela me envolvia, eu me via alegre, mas parecia que ela não era capaz de entrar no meu coração. Todas aquelas experiências me faziam cantar, quando sozinho no acampamento, uma canção que aprendi na escola: “Meu Deus é bom para mim/ comigo vai/ tão forte brilha o sol e a chuva cai/ amor tão grande assim/ só Cristo tem por mim/ direi até o fim:/ Meu Deus é bom para mim”.
Na manhã do domingo, minha cabeça girava em mil ideias - mas todas elas me impulsionando a um desejo e uma vontade cada vez mais incontrolável: deixar tudo de lado para abraçar e seguir Cristo. Queria sentir aquela alegria entrar em mim e em meu coração!
Foi a primeira vez que tive em mim o mesmo sentimento que Paulo expressa aos Filipenses:
Sim, todas as coisas que um dia considerei importantes nada mais valem na minha vida. Comparado com o alto privilégio de conhecer Cristo Jesus, meu Senhor, em primeira mão, tudo o mais é insignificante — esterco. Joguei tudo no lixo para abraçar Cristo e ser abraçado por ele.
Deparar-se com Jesus, com o Deus bom e amoroso, muda as prioridades de nossa vida. Experimentar o Deus vivo brilhando, vibrando, amando dentro de nós é um impulso incontrolável para que nos rendamos e mudemos as prioridades do nosso viver. Viver é Cristo e somente Cristo! Tudo o mais é esterco.
Falei que em 1996 aquela foi a minha primeira experiência. Houve outras. Isso para mim significou sempre que a decisão de "abraçar Cristo e ser abraçado por ele” não é única e de uma vez por todas.
Somos lembrados todos os dias para deixar a alegria entrar no coração, considerar Jesus como mais importante que tudo e, todos os dias, mais uma vez abraçá-lo e deixar-se abraçar por ele.
Além disso, há aqueles momentos em que diversas circunstâncias da vida nos afastam desse abraço. Eu tive alguns desses momentos na vida - seguidos de novas descobertas do amor sem fim de Jesus e do seu abraço carinhoso.
Um desses momentos ocorreu em 2013, na cidade de Fortaleza. No fundo de uma rede, eu me perguntava sobre o sentido da vida. A partir dali, comecei um novo processo de conversão. Converti-me novamente ao Senhor - entreguei meu coração a ele de novo. Pouco a pouco, voltei a entender que tudo o mais é esterco diante do amor de Jesus.
Esse é o meu momento de novo - após passar pela pior das crises pessoais, juntando os pedaços, redescobrindo que Jesus é mais importante do quaisquer outras coisas. Abraçá-lo e deixar-se abraçar por ele.
Quando estiver em pedaços, relembre que cada pedaço é esterco diante de Jesus, de seu amor, de sua vida em nós. Essa ressurreição está disponível para todos nós.
Sim, todas as coisas que um dia considerei importantes nada mais valem na minha vida. Comparado com o alto privilégio de conhecer Cristo Jesus, meu Senhor, em primeira mão, tudo o mais é insignificante — esterco. Joguei tudo no lixo para abraçar Cristo e ser abraçado por ele.
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