6.3.05

A Cruz

Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.

Mateus 10. 34.

Eu realmente acredito na relevância e possibilidade de um diálogo interreligioso, firmado no respeito mútuo. Isso para mim, no entanto, não deve significar qualquer perspectiva ecumênica ou que eu possa concordar, em absoluto, que todas as religiões sejam setas que apontem para o mesmo Deus. Na verdade, não acredito que qualquer religião faça isso, como também não acredito que ser discípulo de Jesus é se filiar a qualquer credo.

O problema é outro. Jesus não veio ao mundo para outra coisa senão a Cruz. A Cruz é espada, é divisão. A Cruz revela que a fé em Cristo é exclusivista. A relação com Deus unicamente acontece por meio da Cruz de Cristo. Não há outra possibilidade, não existem outros caminhos. A Cruz é divisão, separando a fé em Cristo de qualquer sentimento religioso. A Cruz transforma o discipulado do cristão e qualquer religião em opções auto-excludentes. Na Cruz, o cristão se distingue de qualquer fiel de qualquer outra religião. A Cruz é espada.

A hora de Jesus chegou na Cruz. A Cruz de Cristo é o julgamento do pecado humano. É a radicalidade do ministério dEle. Por isso, até concordo que perceberíamos que o ensino de Cristo se repete em outras religiões, mas o centro do ministério de Cristo e da revelação de Deus não estão aí: Essas coisas a gente encontra na Cruz. O mistério, do qual Paulo fala, está na Cruz. A Cruz é o centro de tudo, mais do que qualquer palavra. Ali, na Cruz, Ele levou sobre Si as nossas dores, os nossos pecados, o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele.

Isso não está disponível a todo homem. A Cruz faz separação, divide, é espada. Jesus mesmo disse: Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele CRÊ não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo. 3. 16). O que Paulo explica, escrevendo aos Romanos: Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo (Rm. 10. 9).

O problema do homem não é ensino, nem é moral. O problema do homem é teológico. O pecado nos afastou de Deus e nos condenou à destruição eterna. Deus proveu um meio de redenção: Jesus Cristo, o Seu Filho. Para isso, é preciso crer e confessar. Não adianta viver de maneira correta, sem tomar parte do sacríficio de Jesus, que é o Caminho único. Só se toma parte desse Caminho, desse sacrifício, crendo nEle e confessando a Ele.

Por isso, a Cruz e fé em Cristo são espada. Dividem os homens. Separam os discípulos de Jesus de todo e qualquer religioso. Quem assume o Caminho da Cruz se distingue e se exclui dentre os outros. O Caminho de Cristo é Caminho de separação e de divisão.

Por isso, pregamos esse Evangelho, que se resume em Cristo e este crucificado. Porque é a única esperança do homem de andar com Deus. Não é religião, mas o centro da vida e ministério de Jesus: a Cruz.

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