Tudo podes
Jó 42. 1-2.
Por isso, a minha proposta é lê-lo em outra perspectiva. É como se o texto estivesse nos convidando para assumir o lugar de Jó. Jó não olha para o futuro quando fala isso. Em absoluto. Ele não está dizendo: “Meu sofrimento foi imenso até aqui mas sei que Deus tem um plano melhor na minha vida e nada pode frustrá-lo”. Jó está olhando para trás, para sua história e seu passado quando diz essas coisas.
Jó está reconhecendo a soberania de Deus sobre a sua vida. Ele está admitindo, depois de ser confrontado com Deus, que o Senhor tem o controle de todas as coisas, mesmo aquelas piores coisas que tiveram lugar na sua vida. Jó está admitindo que tudo o que Deus permitiu que se desse com ele fazia parte de um plano maravilhoso, que Jó não podia entender no seu transcorrer, mas pode entender agora, depois de tudo.
Você lembra como as coisas começaram com Jó? O texto diz que Jó era um homem íntegro e reto da terra de Uz, fiel a Deus em todas as coisas. Acontece que um dia, Deus mostrou Jó como um exemplo de fidelidade a Satanás. O diabo disse que não era por menos que Jó era fiel: era o homem rico de sua região, tinha família e saúde. Estende, porém, a mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face (Jó. 1. 11), disse Satanás.
Deus permitiu que Satanás tirasse tudo de Jó: família, bens e tranqüilidade. Mas nem assim Jó se desviou ou blasfemou contra Deus: O Senhor o deu, o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor! (Jó. 1. 21).
Em seguida, Deus permitiu que Satanás lhe roubasse a saúde. Restou a Jó sentar-se em cima do lixo e se coçar com um caco de telha. Sua mulher lhe dizia que era melhor que ele amaldiçoasse a Deus de uma vez e morresse logo, ao que aquele servo fiel disse que tendo recebido o bem do Senhor, não receberia também o mal? (Jó. 2. 10).
Para completar aquele quadro de sofrimento, ainda apareceram os amigos da onça de Jó que, em vez de tentarem consolá-lo, gastaram sua lábia acusando-o de estar sofrendo em conseqüência de seus pecados.
Agora, após finalmente ter-se encontrado com o Senhor face a face, Jó reconhece que Deus tinha um propósito amoroso em toda essa história. Mesmo que no momento de dor e sofrimento aquilo lhe passasse despercebido. As coisas não correram ao acaso na sua vida, nem Deus o abandonou em qualquer instante. Ele estava presente, conduzindo todas as coisas, por mais difícil que elas fossem. Mesmo que não parecesse, Deus tinha o controle, Ele via e agia em todas as coisas para o melhor de Jó.
Esse fato nos ensina a reconhecer a soberania de Deus, independente de tudo. Deus é soberano. Quando a vida e as circunstâncias se apertarem contra você, lembre que podemos não entender o mal que acontece conosco, mas sabemos, com Jó, que o nosso Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Há momentos em que não entenderemos muitas coisas, mas podemos ter certeza que Deus tudo pode e nenhum dos Seus planos na nossa vida se frustrará.
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