1.4.05

Saudades do não vivido

Como gostaríamos que Tu rasgasses os céus e descesses, fazendo as montanhas tremerem diante de Ti!

Is. 64. 1.

É estranho, mas apostaria que a maioria de nós já experimentou um sentimento de saudades por fatos ainda não vividos. Em geral, é saudade do futuro ou saudade de sonhos, das coisas que desejamos. Desejamos com tanta intensidade que elas se tornam reais e fazem falta quando não se concretizam. Tornam-se tão reais em nossos sonhos que quando não se fazem concretas em nosso mundo sentimos a sua falta como a pior das saudades.

Quando olho para esse texto, um de meus preferidos, sinto essa saudade das coisas que não vivi. É como se meu coração desejasse com tanta intensidade que essa manifestação de Deus se realizasse, mesmo que eu não tenha muita idéia de tudo que ela envolve, que a angústia do sonho não concretizado, o sonho de ver o Senhor descer dessa maneira maravilhosa, se transforma em uma espécie de nostalgia.

A gente pode ler na história momentos em que Deus fez isso por que clama o profeta. Esses momentos costumamos denominar avivamentos. Poucos de nós não gostariam de vivenciar essas experiências. Poucos de nós não gostariam de ver o Senhor rasgando os céus e descendo, fazendo montes tremerem e se derreterem na Sua Presença. Poucos de nós não gostariam de vivenciar aquela chuva maravilhosa da presença do Senhor que transformando tudo, revoluciona as coisas, fazendo sempre brotar a vida abundante. Vida abundante como resultado das águas de amor de Deus que vivificam cada coração alcançado pela manifestação de Deus.

Eu jamais vi a ação de Deus na dimensão pela qual clama o profeta. Mas tenho saudades dela em minha vida. Meu coração tem saudades dessa ação do Senhor. Meu coração tem saudades das coisas maravilhosas que Deus fez e eu não vi, coisas que não esperávamos, quando Ele desceu do céu e toda a terra tremeu ante o fulgor de Sua Glória e Sua Presença.

Quando leio histórias, biografias, minha saudade aumenta. Em 1730, um grupo de jovens alunos da Universidade de Oxford (na Inglaterra) começou a se reunir para orar, estudar a Bíblia e buscar a santidade, em uma época em que a Igreja estava profundamente corrompida. Eles, em tom de zombaria, foram chamados de “Clube Santo” pelos colegas. Em 1735, o grupo se dissolveu, mas três amigos continuaram a semear a santidade: os irmãos John e Charles Wesley e George Whitefield.

No dia do ano novo de 1739, os três e mais quatro membros do Clube Santo se reuniram em Londres. O próprio John Wesley conta o que aconteceu: “Cerca de três da manhã, enquanto estávamos orando, o poder de Deus caiu tremendamente sobre nós, a tal ponto que muitos gritaram de alegria e outros caíram ao chão (vencidos pelo poder de Deus). Tão logo nos recobramos um pouco dessa reverência e surpresa na presença de Sua Majestade, começamos a cantar a uma voz: ‘Nós te louvamos, ó Deus; Te reconhecemos como Senhor’”.

Eu tenho saudades disso que não vivi. Como gostaríamos que Tu rasgasses os céus e descesses, fazendo as montanhas tremerem diante de Ti!

Daniel Dantas

Missionário da 1ª IPI do Natal

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