Vocês são meus amigos se fazem o que eu mando. Eu não chamo mais vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que o seu patrão faz; mas chamo vocês de amigos, pois tenho dito a vocês tudo o que ouvi do meu Pai.
João 15. 14 – 15
Das grandes bênçãos que o Senhor me deu, os meus amigos são presentes dos mais preciosos para mim. Alguns deles têm sido bastante decisivos na minha vida. Por isso, sinto terrivelmente quando percebo que os decepcionei ou agi mal contra eles, como senti ontem à noite particularmente. Quando os firo, então, sinto como se estivesse à morte. Sou péssimo em minhas ações, pior em minhas palavras para honrar e abençoar as pessoas a quem amo.
Em algumas ocasiões, para preservar meus amigos prefiro me isolar – às vezes, literalmente, trancando-me no quarto – e ficar quieto. É algo quase depressivo, derivado da consciência que tenho de que o que faço e o que falo, vez após vez, se contradiz com aquilo que sei sentir e desejo fazer no coração. Quero ser bênção para quem amo, mas, vez após vez, me vejo incapaz disso.
O que faço e o que falo aos meus amigos, cada dia, contradiz o que sinto. Por isso, temo bastante machucar meus amigos e, eventualmente, perdê-los. Sou um amigo capaz de decepcionar e ser decepcionado, mesmo que saiba que há sempre amigos mais chegados que irmãos. Ainda a esses, posso decepcionar.
Porém, é interessante perceber que é justamente nesse nível de relação que Jesus quer se envolver conosco, mesmo que Ele não se iluda a nosso próprio respeito. Ele decidiu nos amar e optou em se fazer nosso amigo. Vocês são meus amigos se fazem o que eu mando. Eu não chamo mais vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que o seu patrão faz; mas chamo vocês de amigos, pois tenho dito a vocês tudo o que ouvi do meu Pai. E a raiz dessa amizade não está nunca em mim, ou em qualquer coisa que eu diga ou que faça. A raiz dessa amizade de Jesus por mim está nEle mesmo e no que é capaz de fazer por mim e por você, sendo nosso Amigo: Ninguém tem mais amor pelos seus amigos do que aquele que dá a sua vida por eles (Jo. 15. 13).
Sou um amigo, para Jesus, que O decepciona e frustra vez após vez. Sou um amigo que sempre decepciona e frustra aqueles a quem amo. Mas, em Sua entrega, posso estar certo de que nunca serei frustrado e decepcionado por tão especial e maravilhoso Amigo. Assim como sei que este Amigo nunca decepcionará qualquer dos amigos a quem já decepcionei.
Por mais que eu ame, eu não serei capaz de amar com amor perfeito nem de agir de maneira que nunca necessite do perdão dos meus amigos. Assim também não posso esperar que eles jamais me frustrem ou decepcionem. Nós somos pecadores que percorrem a estrada da santificação, rumo ao Alvo, o Autor e Consumador de nossa fé, o nosso Amigo, Jesus. Podemos estar certos de que, somente Ele, jamais nos frustrará.
Nossa relação com Ele se fundamenta unicamente em Seu grande amor. Amor que se prova na Sua entrega. Ele não negocia o Seu amor, Ele não o entrega à medida em que somos amigos perfeitos para Ele. Ele não dá o Seu amor na medida quem somos santos, mas Ele nos ama sempre, primeiro, desesperadamente, apesar de quem somos. É escolha dEle entrar em relação de amizade, conosco, miseráveis pecadores: De fato, quando não tínhamos força espiritual, Cristo morreu pelos maus, no tempo escolhido por Deus. Dificilmente alguém aceitaria morrer por uma pessoa que obedece às leis. Pode ser que alguém tenha coragem para morrer por uma pessoa boa. Mas Deus nos mostrou o quanto nos ama: Cristo morreu por nós quando ainda vivíamos no pecado. E, agora que fomos aceitos por Deus por meio da morte de Cristo na cruz, é mais certo ainda que ficaremos livres, por meio dele, do castigo de Deus. Nós éramos inimigos de Deus, mas Ele nos tornou seus amigos por meio da morte de seu Filho. E, agora que somos amigos de Deus, é mais certo ainda que seremos salvos pela vida de Cristo. E não somente isso, mas também nós nos alegramos por causa daquilo que Deus fez por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, que agora nos tornou amigos de Deus (Rm. 5. 6 – 11).
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