25.9.05

Sustentando os braços

Quando os braços de Moisés ficaram cansados, Arão e Hur pegaram uma pedra e a puseram perto dele para que Moisés se sentasse. E os dois, um de cada lado, seguravam os braços de Moisés.
Êxodo 17. 12

Há momentos em que Deus deseja tratar conosco individualmente e precisamos, por isso, de momentos a sós com Ele. Nessas horas não adianta levar ninguém conosco. Seja num oásis, seja num deserto, se Deus quer estar sozinho conosco, não é para levarmos quem quer que seja ao nosso lado. Esse é o momento de ir sozinho à presença de Deus. Ir só ao centro da Sua vontade.
Foi algo assim que aconteceu com Elias, desesperado e deprimido, quando fugiu sozinho, indo até o monte Horebe (1 Rs. 19. 1 – 18). Deus o levou ali para que, sozinho, fosse tratado e descobrisse que não estava tão sozinho quanto imaginava na sua luta contra a idolatria a Baal: Mas eu deixarei sete mil pessoas vivas em Israel, isto é, todos aqueles que não adoraram o deus Baal e não beijaram a sua imagem (1 Rs. 19. 18).
Deus fez algo assim com Paulo. Ao ser convertido pela visão de Jesus, Paulo relata aos gálatas qual foi a sua primeira atitude: Quando Ele resolveu revelar em mim o Seu Filho a fim de que eu anunciasse aos não-judeus a boa notícia a respeito dele, eu não fui pedir conselhos a ninguém. E também não fui até Jerusalém para falar com aqueles que eram apóstolos antes de mim. Pelo contrário, fui para a região da Arábia [isto é, o deserto] e depois voltei para Damasco (Gl. 1. 15 – 17). Isto é, Paulo, após ser alcançado pela graça de Jesus, tem como primeira atitude ir sozinho para junto do Senhor, a fim de ser tratado por Ele. Tratado sozinho.
E foi algo assim que aconteceu com o próprio Jesus. Após o batismo, após a visível descida do Espírito sobre Ele, após a voz do céu, do Pai, que foi ouvida dizendo ser Aquele Seu Filho amado, após tudo isso, Jesus é conduzido para quarenta dias de solidão e prova no deserto (Mt. 4. 1 - 2; Lc. 4. 1 – 2).
Deus quer, em alguns momentos, tratar-nos a sós. Mas essa não é a normalidade. No normal, Deus tem nos ensinado que não nos fez para ficarmos sós. Ele não nos permite passar pelas lutas, na maioria das vezes, sozinhos. Ele sempre coloca pessoas a nosso lado, para fortalecer nossas vidas, sustentar nossos braços, guerrear conosco em intercessão. A luta pode ser somente nossa, mas não precisamos enfrentá-la solitariamente.
Quando os braços de Moisés ficaram cansados, Arão e Hur pegaram uma pedra e a puseram perto dele para que Moisés se sentasse. E os dois, um de cada lado, seguravam os braços de Moisés. Da mesma forma como Deus dispôs Arão e Hur para segurarem os braços de Moisés, para lhe providenciarem apoio enquanto ele prevalecia na intercessão pela vitória de Israel contra os amalequitas, Ele coloca companheiros a nosso lado para nos ajudar a prevalecer até o fim em nossas lutas, prevalecer através da oração, até a vitória.
Meus amigos, meus irmãos em Cristo, alguns deles, têm sido os arões e hures que Deus tem posto em minha vida, a meu lado. Sou grato a Deus por esses parceiros, que me fortalecem e sustentam meus braços espirituais, em oração. Sou grato por aqueles que têm exercido esse papel, pelos que já exerceram e por aqueles que ainda exercerão. E quero, também, poder ser apoio desses companheiros, parceiros, amigos de oração, que muito têm me apoiado o tempo todo.
Quando os braços de Moisés ficaram cansados, Arão e Hur pegaram uma pedra e a puseram perto dele para que Moisés se sentasse. E os dois, um de cada lado, seguravam os braços de Moisés. Deus não nos chamou para andarmos sós na vida cristã. A solidão, em determinados momentos, faz parte do agir de Deus para tocar e transformar a nossa vida. Mas Deus nos fez e vocacionou para que lutemos e andemos juntos com parceiros, companheiros, amigos. Sozinhos e isolados não somos tão fortes quanto seríamos lutando ao lado de nossos irmãos.
Não queira andar só. Não deixe de lado seus companheiros. Não abra mão de seus parceiros de oração. Dois homens podem resistir a um ataque que derrotaria um deles se estivesse sozinho. Uma corda de três cordões é difícil de arrebentar (Ec. 4. 12).

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