3.9.05

O melhor Amigo

Vocês são meus amigos se fazem o que eu mando. Eu não chamo mais vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que o seu patrão faz; mas chamo vocês de amigos, pois tenho dito a vocês tudo o que ouvi do meu Pai.
João 15. 14 – 15

Das grandes bênçãos que o Senhor me deu, os meus amigos são presentes dos mais preciosos para mim. Alguns deles têm sido bastante decisivos na minha vida. Por isso, sinto terrivelmente quando percebo que os decepcionei ou agi mal contra eles, como senti ontem à noite particularmente. Quando os firo, então, sinto como se estivesse à morte. Sou péssimo em minhas ações, pior em minhas palavras para honrar e abençoar as pessoas a quem amo.
Em algumas ocasiões, para preservar meus amigos prefiro me isolar – às vezes, literalmente, trancando-me no quarto – e ficar quieto. É algo quase depressivo, derivado da consciência que tenho de que o que faço e o que falo, vez após vez, se contradiz com aquilo que sei sentir e desejo fazer no coração. Quero ser bênção para quem amo, mas, vez após vez, me vejo incapaz disso.
O que faço e o que falo aos meus amigos, cada dia, contradiz o que sinto. Por isso, temo bastante machucar meus amigos e, eventualmente, perdê-los. Sou um amigo capaz de decepcionar e ser decepcionado, mesmo que saiba que há sempre amigos mais chegados que irmãos. Ainda a esses, posso decepcionar.
Porém, é interessante perceber que é justamente nesse nível de relação que Jesus quer se envolver conosco, mesmo que Ele não se iluda a nosso próprio respeito. Ele decidiu nos amar e optou em se fazer nosso amigo. Vocês são meus amigos se fazem o que eu mando. Eu não chamo mais vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que o seu patrão faz; mas chamo vocês de amigos, pois tenho dito a vocês tudo o que ouvi do meu Pai. E a raiz dessa amizade não está nunca em mim, ou em qualquer coisa que eu diga ou que faça. A raiz dessa amizade de Jesus por mim está nEle mesmo e no que é capaz de fazer por mim e por você, sendo nosso Amigo: Ninguém tem mais amor pelos seus amigos do que aquele que dá a sua vida por eles (Jo. 15. 13).
Sou um amigo, para Jesus, que O decepciona e frustra vez após vez. Sou um amigo que sempre decepciona e frustra aqueles a quem amo. Mas, em Sua entrega, posso estar certo de que nunca serei frustrado e decepcionado por tão especial e maravilhoso Amigo. Assim como sei que este Amigo nunca decepcionará qualquer dos amigos a quem já decepcionei.
Por mais que eu ame, eu não serei capaz de amar com amor perfeito nem de agir de maneira que nunca necessite do perdão dos meus amigos. Assim também não posso esperar que eles jamais me frustrem ou decepcionem. Nós somos pecadores que percorrem a estrada da santificação, rumo ao Alvo, o Autor e Consumador de nossa fé, o nosso Amigo, Jesus. Podemos estar certos de que, somente Ele, jamais nos frustrará.
Nossa relação com Ele se fundamenta unicamente em Seu grande amor. Amor que se prova na Sua entrega. Ele não negocia o Seu amor, Ele não o entrega à medida em que somos amigos perfeitos para Ele. Ele não dá o Seu amor na medida quem somos santos, mas Ele nos ama sempre, primeiro, desesperadamente, apesar de quem somos. É escolha dEle entrar em relação de amizade, conosco, miseráveis pecadores: De fato, quando não tínhamos força espiritual, Cristo morreu pelos maus, no tempo escolhido por Deus. Dificilmente alguém aceitaria morrer por uma pessoa que obedece às leis. Pode ser que alguém tenha coragem para morrer por uma pessoa boa. Mas Deus nos mostrou o quanto nos ama: Cristo morreu por nós quando ainda vivíamos no pecado. E, agora que fomos aceitos por Deus por meio da morte de Cristo na cruz, é mais certo ainda que ficaremos livres, por meio dele, do castigo de Deus. Nós éramos inimigos de Deus, mas Ele nos tornou seus amigos por meio da morte de seu Filho. E, agora que somos amigos de Deus, é mais certo ainda que seremos salvos pela vida de Cristo. E não somente isso, mas também nós nos alegramos por causa daquilo que Deus fez por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, que agora nos tornou amigos de Deus (Rm. 5. 6 – 11).

Poder para pisar

Escutem! Eu dei a vocês poder para pisar cobras e escorpiões e para, sem sofrer nenhum mal, vencer a força do inimigo.

Lucas 10. 19

Cheguei tarde da viagem a Mossoró e muito cansado. Ainda assim, decidi ir até o congresso de jovens da Assembléia de Deus no bairro da Candelária, aqui em Natal. Quase vencido pelo cansaço. Com os olhos quase fechando de sono, mas queria ir. No meio da sua mensagem, o pregador citou o texto acima, o que me conduziu a pensar sobre as situações de lutas espirituais que temos enfrentado na vida.
Aflições fazem parte de nosso dia a dia como cristãos. Aliás, eu acredito que, verdadeiramente, as nossas aflições são parte fundamental do processo de amadurecimento de nossas vidas. São parte essencial na direção de nos tornarmos mais semelhantes a Cristo, como é a temática do tal congresso.
Mas no meio das aflições, muitas vezes nos tornamos mais frágeis e abertos a ações diretas da parte do Maligno. Ele, um inimigo perspicaz, está sempre a nos rodear, esperando uma oportunidade em que demonstremos fraqueza para nos atacar com força total. Seu propósito é nos destruir, é acabar conosco.
O texto de Lucas é rico a nos instruir nessa batalha, real e verdadeira, em que nos encontramos, contra principados e potestades, realidade espiritual em que estamos inseridos. No início do capítulo, Jesus envia seus setenta e dois discípulos a fim de pregar o evangelho e lhe preparar caminho, dando-lhes instruções claras e ungindo-lhes com poder. Eles voltam exultantes: Até os demônios nos obedeciam quando, pelo poder do nome do Senhor, nós mandávamos que saíssem das pessoas! (Lc. 10. 17).
É aqui que está a revolução da perspectiva de Jesus. Para mim, é como se Ele dissesse: Grande coisa! Jesus coloca a situação na sua dimensão correta. O diabo é um inimigo derrotado. Não tem qualquer poder diante do Poder dos Poderes. Por isso, ao nome de Jesus, todos os demônios eram submetidos. De fato, eu vi Satanás cair do céu como um raio. Escutem! Eu dei a vocês poder para pisar cobras e escorpiões e para, sem sofrer nenhum mal, vencer a força do inimigo (Lc. 10. 18 – 19).
Esse texto me remete a um dos meus prediletos, em se tratando de batalha espiritual: E foi na cruz que Cristo se livrou do poder dos governos e autoridades espirituais. Ele humilhou esses poderes publicamente, levando-os prisioneiros no seu desfile de vitória (Cl. 2. 15). Satanás e suas forças são inimigos derrotados. Por isso, temos autoridade para enfrentarmos esse adversário sem nenhum temor: Escutem! Eu dei a vocês poder para pisar cobras e escorpiões e para, sem sofrer nenhum mal, vencer a força do inimigo. Por isso, podemos pisar cobras e escorpiões, porque o poder do mal, derrotado, não pode nos atingir, nós que andamos pelo nome do Senhor.
Se somos alvos dos ataques do diabo, não há o que temer. Não há porque recuar. Jesus nos dá poder para pisar cobrar e escorpiões. Os nossos inimigos, apesar de ainda terem forças, já foram vencidos na Cruz de Cristo. O seu poder está submetido ao de Cristo em nós.
Por outro lado, nada disso Jesus julga importante. E não julgando importante como nós temos julgado, Ele coloca as coisas em dimensões ainda mais apropriadas. Porém não fiquem alegres porque os espíritos maus lhes obedecem, mas sim porque o nome de cada um de vocês está escrito no céu (Lc. 10. 20). Nada disso é importante, porque o que importa de verdade é manter-se ligado à vida de Deus. É estar em Sua companhia. É viver a Sua comunhão. É exatamente isso que Tiago nos diz: Portanto, obedeçam a Deus e enfrentem o diabo, que ele fugirá de vós. Cheguem perto de Deus, e Ele chegará perto de vocês (...) Humilhem-se diante do Senhor, e Ele os colocará numa posição de honra (Tg. 4. 7 – 8 e 10).
A luta contra o diabo, aquela que nos permite pisar cobras e escorpiões, é efetivada na dimensão do poder de Deus operando em nós. Poder que vem a nós pela comunhão, pela de Deus em nossa vida. Pelo nosso revestimento da vida de Cristo. Ou a armadura de pode de Deus não é esse revestimento, que nos mantém firmes contra as armadilhas do maligno? É o capacete da salvação, o cinto da verdade, a couraça da justiça, os pés calçados com botas da prontidão em se pregar o evangelho, o escudo da fé e a espada do Espírito, a própria Palavra de Deus. Essas são vestes que só podem ser encontradas naqueles que conhecem a Deus, são revestidos de Cristo e desejam, cada vez mais, a Sua semelhança e santidade de vida. Nas nossas lutas espirituais, o que realmente importa é andar com Cristo. Daí virá a nós o poder de pisar cobras e escorpiões.

1.9.05

Um coração sincero

O que Tu queres é um coração sincero; enche o meu coração com a Tua sabedoria.
Salmo 32. 6

Quando estava no seminário, preguei um sermão na minha igreja que provocou intensa polêmica. Contava de minha frustração com certa negativa que um dia o Senhor havia me dado. E, frustrado, fui até uma lagoa em Fortaleza, e discuti com Deus. Com raiva, atirei pedras na lagoa como se fossem contra o próprio Senhor.
Rasguei meu coração com sinceridade diante do Pai, mas causei polêmica. Porque as pessoas não costumam aceitar muito bem essa idéia de “jogar pedras em Deus”. Ainda que não me arrependa de ter dito isso no sermão, não posso, também, culpar a reação alcançada. Mas tenho a consciência tranqüila de que apenas fui honesto. Porque sei que muitas vezes nos chateamos contra Deus, mas em nome dos nossos sentimentos religiosos, engolimos nossa mágoa sem tratá-la. Deus quer tratar tudo em nós. Porém, o caminho para esse tratamento é um coração plenamente sincero diante dEle, que não se esconde atrás de nada. O caminho, por exemplo, para tratar essa mágoa pelo não de Deus, era rasgar o coração, gritando para Ele como eu me sentia. Somente quem tem um relacionamento íntimo com Deus pode ser sinceramente honesto com Ele, ainda que seja para expressar violentamente sua mágoa. E Deus não rejeita esses corações.
O que Tu queres é um coração sincero; enche o meu coração com a Tua sabedoria. A sinceridade do coração é fundamental para que Deus mude a nossa vida. Porque quando rasgamos nossa alma inteiramente diante do Pai, abrimos totalmente as portas para que Ele aja. Se não fizermos isso com nossas próprias mãos, o Senhor virá com Seu poder para arrancar de nós as nossas máscaras, com força e violência. Se não rasgarmos nossos corações com sinceridade, o Senhor virá com violência santa nos expor. Ele nos exporá até a nós mesmos, porque muitas vezes – a maioria delas – nos escondemos de nós mesmos. Ocultamos nossos sentimentos, desejos, vontades, dores e frustrações até de nós mesmos. E, se é assim, como conseguiríamos nos expor ao Senhor? Deus nos quer expostos diante dEle. Deus quer nossos corações sinceros, quebrados, rasgados diante dEle.
Como resultado, diz o salmista, os corações inteiramente e sinceramente entregues nas mãos do Pai serão cheios da sabedoria que vem do alto, da sabedoria de Deus: enche o meu coração com a Tua sabedoria. Essa é uma via de mão dupla: por um lado, rasgar o coração em sinceridade diante de Deus abre o caminho para que Ele nos transforme e derrame em nós a Sua sabedoria. Por outro, no entanto, já é fruto da sabedoria que nasce no encontro com o Pai ser capaz de abrir sinceramente o coração para Deus.
Um coração aberto, sincero, para com Deus será sempre canal de bênção para todos aqueles que estão à sua volta. Porque ele não estará aberto só a Deus, mas ao próximo também. E aberto ao próximo, amando o próximo, o coração é vaso que conduz a bênção da presença de Deus a todo aquele que precisa no seu entorno. O coração sincero, aberto para ser constantemente transformado pelo Pai, é canal da transformação de Deus nos piores desertos da vida. É abençoado para ser bênção sempre. Felizes são aqueles que de Ti recebem forças e que desejam andar pelas estradas que levam ao monte Sião! Quando eles passam pelo Vale das Lágrimas, ele fica cheio de fontes de água, e as primeiras chuvas o cobrem de bênçãos (Sl. 84. 5 – 6).

31.8.05

Véus

Mesmo agora, quando lêem a Lei de Moisés, o véu ainda cobre a mente deles. Mas o véu pode ser tirado, como dizem as Escrituras Sagradas: “O véu de Moisés foi tirado quando ele se voltou para o Senhor”.
2 Coríntios 3. 15 – 16

Ao falar sobre o conhecimento de Deus aos coríntios, Paulo se vê obrigado a explicar porque o evangelho, mensagem de graça tão maravilhosa, tem sido rejeitado em tantos lugares. Em particular, pelos judeus, uma vez que os cristãos têm entendido que Jesus é o Messias esperado e ansiado por Israel. Explicando os porquês, o apóstolo nos fala acerca disso, fazendo uso de uma metáfora. Ele nos fala sobre o véu que Moisés usava a fim de ocultar o brilho da glória do Senhor na sua face. Usando o véu, Moisés não permitia ao povo ver o brilho que ia desvanecendo, até que, entrando novamente na presença do Senhor, ele tirava o véu. A glória brilhava na sua face mais uma vez.
Paulo explica que o motivo pelo qual os judeus são impossibilitados de verem a glória do evangelho e aceitarem a sua mensagem de graça em Jesus é o fato de que este véu ainda esta neles, cobrindo sua mente e seu coração. Impedindo que vejam a glória do Senhor. Porque, se o evangelho que anunciamos está escondido, está escondido somente para os que estão se perdendo. Eles não podem crer, pois o deus deste mundo conservou a mente deles na escuridão. Ele não os deixa ver a luz que brilha sobre eles, a luz que vem da boa notícia a respeito da glória de Cristo, o qual nos mostra como Deus realmente é (2 Co. 4. 3 – 4).
Uma ação do diabo, o deus deste mundo, preserva os véus diante dos olhos, véus que nos impedem de ver a glória do Senhor e de conhecê-lo verdadeira e profundamente. Que podem ser estes véus que nos impedem de ver o Senhor, de contemplar a Sua glória, de fruir em Sua intimidade e presença? A religiosidade é um desses véus, porque só nos permite ter uma visão bastante parcial de Quem é Deus e do que Ele é capaz de fazer. Nosso conhecimento de Deus, mediado por uma visão religiosa, é limitado porque se adequará apenas à visão permitida pelas estruturas nas quais nos inserimos. E Deus é maior, sempre, que qualquer estrutura.
Nossos véus podem ser pecados inconfessos. Os pecados fazem separação, sempre, entre nós e Deus. Nenhum de nós pode dizer, sem mentir, que não tem pecado. No entanto, diante do Pai, somos convencidos do pecados e constrangidos ao arrependimento e à busca do perdão. Caso não sejamos capazes de confessar nossos pecados, sejam que pecados forem, seremos incapazes de experimentar a paz que surge no coração por andarmos na presença de Deus. Conheceremos a Deus um pouco menos. Não o veremos, porque nossa visão será limitada pelos véus dos pecados inconfessos em nosso coração.
No caso dos judeus, o véu era uma determinada concepção religiosa que os impedia de conhecer a Jesus como o Messias esperado. Esse pode ser nosso véu. Podemos estar impossibilitados de ver e conhecer a Jesus em intimidade e profundidade porque nossa relação com Ele é obstaculizada por véus nem nossos olhos espirituais e em nossos corações. Mas o véu pode ser tirado, como dizem as Escrituras Sagradas: “O véu de Moisés foi tirado quando ele se voltou para o Senhor”. Pode ser tirado, se buscarmos ver o Senhor além do véu. Se buscarmos a Sua face com intensidade, clamando a Ele que nos permita conhecê-lo além das barreiras que temos em nós que nos impedem disso. Clamando a Ele que nos leve mais fundo, mais perto dEle, porque nas nossas próprias forças é impossível chegarmos numa relação mais próxima e mais íntima com Ele. Pedindo a Ele que nos liberte, quebre os jugos que nos impedem de ir mais fundo nos rios da Sua vida. Rios de graça que, navegados, nos conduzem ao secreto de Sua presença, do Seu tabernáculo. Ao conhecimento que ansiamos e desejamos dEle. Mais e mais. Precisamos ver o Senhor além dos nossos véus, quaisquer que sejam eles, véus que serão removidos quando nos voltarmos com mais intensidade e desejo ao Senhor.

30.8.05

Tomada de decisões

Os israelitas levavam seu acampamento de um lugar para outro somente quando a nuvem se levantava de cima da Tenda.
Êxodo 40. 36

Já se disse que o ser humano é condenado a decidir. Alguns vão afirmar sempre que ser livre e viver é viver livre para escolher, tomar decisões. Mas, na hora de tomar decisões é sempre difícil estabelecer na base de quais critérios pautaremos nossas ações. Por isso, uma das coisas mais importantes – e mais complicadas – que precisamos fazer é a definição desses critérios.
Israel, no nomadismo do deserto, também se via obrigado a tomar decisões difíceis. Qual o momento certo para conduzir aquelas milhares de pessoas de um ponto a outro na longa caminhada, nômade, do Êxodo? Quais os critérios que o povo deveria adotar para decidir a hora certa de deixar um local e procurar outro oásis para acampar? Como decidir o caminho a seguir? Imagine que estamos falando de um povo que, até então, era escravo, não conhecia essa vida no deserto muito menos tinha idéia de como se deslocar nele.
O critério de tomada de decisões de Israel no deserto era perfeito! Os israelitas levavam seu acampamento de um lugar para outro somente quando a nuvem se levantava de cima da Tenda. Eles abriram mão de tomar decisões e as puseram todas nas mãos do Senhor que os guiava. Precisavam, apenas, estar atentos para perceber o deslocamento da nuvem que marcava a presença do Senhor no meio do povo. O critério para a tomada de decisões era a presença do Senhor, era a Sua nuvem abençoando e guiando o povo.
No diálogo do Senhor com Moisés já descobrimos a rendição do povo aos critérios ditados pela presença do Senhor: - Eu irei com você e lhe darei vitória. Então Moisés respondeu: - Se não fores com o teu povo, não nos faças sair deste lugar. Como é que os outros povos poderão saber que estás contente com o teu povo e comigo, se não fores conosco? A Tua presença é que mostrará que somos diferentes dos outros povos da terra (Ex. 33. 14 – 15). Moisés era consciente de que não poderia tomar decisões corretas, a não ser que dependesse exclusivamente da presença de Deus, perceptível, em sua vida. Para a vida do servo do Senhor, o melhor caminho era se entregar aos cuidados plenos do Deus que se fazia presente naquela nuvem sobre a Tenda. O caminho de Deus é perfeito; a palavra do Senhor é provada; Ele é escudo para todos os que nEle se refugiam (2 Sm. 22. 31).
Essa história nos aponta que o melhor caminho para seguirmos a nossa vida é buscarmos e dependermos da presença do Senhor. O melhor critério para decidir tantas cruciais que somos condenados a decidir é a dependência total de Deus. Se precisamos decidir se vamos nos deslocar, vamos esperar que a nuvem nos mostre que é hora de sair e qual o destino que precisamos tomar. Se precisamos decidir qualquer outra coisa, o melhor critério é esperar até que Deus revele qual o propósito dEle, qual o caminho que Ele escolheu para nós; qual a escolha dEle para cada situação.
Podemos, então, confiar, como diz Kleber Lucas, que Deus cuida de nós:
Deus cuida de mim
À sombra das Suas asas
Deus cuida de mim
Eu amo a Sua casa
E não ando sozinho
Não estou sozinho
Deus cuida de mim

Se nos entregarmos ao cuidado intenso e total de Deus, podemos estar certos de que Ele nos guiará nas melhores escolhas, nas decisões mais corretas, nos passos mais bem dados. Se nos entregarmos a Ele, cientes de que Ele tem cuidado de nós e sabe o melhor para nós, Ele nos guardará. Se entregarmos as nossas decisões para que Ele tome, mesmo as mais difíceis, podemos estar certos de que a glória da Sua presença ao nosso lado será a garantia das vitórias que Ele conquistará em nossas vidas. Mas não se precipite. Espere pelo Senhor, que Ele revele a Sua vontade, buscando ansiosamente a Sua face. Não tome nenhuma decisão sem ter certeza de que a nuvem de glória do Senhor vai com você na sua escolha.