29.7.05

Virá o dia

Virá o dia em que os orgulhosos serão humilhados e os vaidosos serão rebaixados; e somente o Senhor receberá os mais altos louvores.
Isaías 2. 11

Esta semana estava conversando com uma jovem amiga de minha igreja. Aquela conversa me deixou preocupado com essa garota. Entre outras coisas, ela dizia que sempre consegue tudo o que consegue. E por mais que eu quisesse lhe alertar do enorme risco que corremos com esse tipo de pensamento, não consegui dissuadi-la. Apenas avisei que tamanho orgulho não passa incólume pelo crivo do Senhor. Avisei que ela ainda ia sofrer bastante se mantivesse esse tipo de pensamento. Ia “apanhar” muito de Seu Pai.
Orgulho não é coisa que passa de graça em nossa relação com Deus. O Senhor não divide a glória dEle com ninguém e o orgulho é uma vã tentativa do ser humano pecador e limitado usurpar um tanto dessa glória. Mais cedo ou mais tarde, o Senhor agirá quanto a isso. O dia virá, estejamos certos disso.
Cada um tem uma porção que seja de orgulho no coração. O desafio que a Palavra de Deus nos impõe é o que vamos permitir que esse orgulho nos faça. Porque é certo que ele será abatido. Mas enquanto não vem o dia, pode ser abatido por nós mesmos. Quando nos reconhecemos como somos diante de Deus, toda a vaidade, orgulho e arrogância caem por terra. Abrimos o nosso coração, rasgamos a nossa alma e somos postos em nosso lugar devido pelo Senhor dos Exércitos. Dessa forma, nos fazemos humildes. Desse jeito, aprendemos a saber exatamente quem somos, quais os nossos limites, quais as nossas fraqueza, até onde podemos ir e quem é o Senhor em nossas vidas.
Todos os dias Deus tem nos conclamado a tomarmos essa atitude. A quebrarmos, com nossas próprias mãos, o orgulho do nosso coração. A renunciarmos qualquer vanglória ou sentimento egoísta, no processo de nos negarmos a nós mesmos, tomarmos a cruz de Jesus, seguindo-O como discípulos. Reconhecendo-nos como pecadores, como criminosos diante do Pai, nossa vaidade se esvai. É esse coração quebrantado que Deus quer ver em nós. Honesto, sincero e amante do Pai: O que tu queres é um coração sincero; (...) Ó Deus, o meu sacrifício é um espírito humilde; tu não rejeitarás um coração humilde e arrependido (Sl. 51. 6 e 17).
Podemos não aceitar isso. Podemos não tomar essa atitude. Aí eu imagino o ser humano que faz isso como um monte de terra que vai subindo pouco a pouco, até se transformar em uma alta duna. Cresce até alcançar o ponto no qual o dono do terreno tem de passar máquinas para terraplenar.
Há um limite até onde Deus espera nossa decisão pessoal. Se o superarmos, nos mantendo orgulhosos e vaidosos, Ele entra em ação com a sua Caterpillar espiritual para nos pôr abaixo, para nos aprumar. Disse à minha amiga que era melhor que ela mesma começasse o processo de quebrantar-se na presença do Senhor, abrindo mão do orgulho, porque a terraplenagem do Senhor é um processo doloroso. Mais cedo do que se imagina, virá o dia.
Virá o dia em que os orgulhosos serão humilhados e os vaidosos serão rebaixados; e somente o Senhor receberá os mais altos louvores. Deus não divide Sua glória com ninguém. Somente Ele é digno de receber louvores. Por isso, quando o coração do homem se preocupa com os louvores que recebe e tributa a si mesmo, Deus intervém para colocar as coisas nos lugares devidos. Nesse dia, somente Quem é Digno receberá o louvor.
Naquele dia, o Senhor Todo-Poderoso vai humilhar todos os orgulhosos e vaidosos, todos os que pensam que são importantes (Is. 2. 12). E o profeta prossegue usando imagens vívidas para descrever o abatimento, da parte do Senhor, que cairá sobre cada coração orgulhoso: são cedros e carvalhos centenários sendo postos no chão (v. 13), são montanhas elevadas arrasadas (v. 14), são torres e muralhas derrubadas (v. 15), são embarcações poderosas afundadas (v. 16). Todas essas imagens são alertas para nós mesmos sobre o tratamento do Senhor contra os corações orgulhosos e soberbos. São alertas para que prefiramos, nós mesmos, quebrar nosso coração em vez de deixarmos essa ação na Mão Poderosa do Senhor. Então, desperte, porque logo virá esse dia.

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