31.10.05

Guarda-chuva

(...) já estou ouvindo o barulho de muita chuva.
1 Reis 18. 41

Nossa vida com Deus não precisa de guarda-chuvas! Deus me falou isto claramente neste domingo: eu não posso me permitir caminhar de guarda-chuva enquanto sigo com Jesus. Ele tem uma chuva abundante a derramar sobre nós, o som do que virá já se ouve, e não podemos perder a chance de nos molharmos nessa água. Já se ouve esse som inquietante, já estou ouvindo o barulho de muita chuva: é hora de fechar os guarda-chuvas e deixá-los de lado.
Nessa noite eu perguntava a Deus porque vinha me sentindo tão seco, tão árido, desde um tempo atrás. E fui, então, perceber que a terra de meu coração estava morrendo, sem água e vida. O Senhor havia retido Seu fluir sobre mim? Reparei que não. Então, qual seria o problema? Um guarda-chuvas aberto. Às vezes nossa vida se resseca, não porque o Senhor não a está abençoando com chuvas de águas da vida, mas porque não temos permitido que essa chuva toque o nosso solo. Temos interposto obstáculos diversos a essa ação da graça do Senhor. Abrimos guarda-chuvas e não tomamos banho dessa água.
Não raras vezes celebro quando a chuva me pega pelo caminho, antes de chegar em casa, e me vejo encharcado por aquela água abençoada que vem das nuvens. Em primeiro lugar, porque, em geral, a chuva que cai nos refresca. Eu curto o banhar calmo e constante das nuvens do céu. Gosto de sentir aquela água pura lavando meu rosto, aliviando o calor e o cansaço. Eu gosto de tomar banho de chuva. Talvez por isso tenha perdido o único guarda-chuva que tive em anos: não gosto de impedir a água de me molhar.
Mas percebi que tenho feito exatamente o que não gosto no que se refere à minha vida espiritual. O Senhor tem derramado abundante chuva de Sua presença, mas eu tenho erguido empecilhos que impedem que a Sua Água penetre o solo de minha vida e revitalize meu coração. Estou morrendo, ressequido, porque tenho usado, inadvertidamente, guarda-chuva espiritual.
Esse guarda-chuva pode ser o nosso ritualismo que impede que o Senhor traga algo novo na vida de Sua chuva sobre nós. Podemos impedir o fluir da água do Senhor também com os nossos pecados. O nosso formalismo pode ser o nosso guarda-chuva. Nossas crenças, tipo afirmar que tal coisa não é possível porque eu não acredito nela, podem se constituir em obstáculos para que a chuva do Senhor alcance o nosso coração. Precisamos jogar fora os nossos guarda-chuvas, sejam eles o que forem. Só assim a presença de Deus, derramada em nós, fará o que tem de fazer em nossas vidas.
(...) já estou ouvindo o barulho de muita chuva. Elias havia falado em nome do Senhor de que haveria um período de seca intensa no reino de Acabe. E houve, por três anos e meio. Nesse dia, após enfrentar os profetas de Baal e do poste-ídolo, ele finalmente ora para que a chuva volte. Antes mesmo de orar, ele manda que o rei se apronte porque vem água e muita água. E vai interceder. Podemos ver aqui uma imagem do que temos feito tantas vezes em nossa vida cristã: vivemos um período de seca espiritual e começamos a clamar para que Deus nos avive e derrame sobre nós a Sua chuva, nos restaurando e trazendo vida. E o Senhor está sempre disposto a ouvir a nossa oração e nos abençoar, se o nosso pedido é pelas melhores coisas: pelo Espírito Santo.
Mas do que adiantaria tanta água em resposta a prece de Elias se algum obstáculo viesse impedir a chuva de molhar a terra? A terra iria continuar seca e morta. Do mesmo modo, se orarmos a Deus pedindo o Seu derramar profundo em nossos corações, precisamos cuidar para que não tenhamos qualquer guarda-chuva aberto em nosso ser impedindo que esse derramar alcance a terra de nosso coração, trazendo de volta a vida, revitalizando as nossas forças pela Sua graça.

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