Preguei a respeito de ti para toda a congregação;
não omiti nada, ó Eterno, sabes disso.
Não fiz segredo das notícias sobre os teus caminhos,
não guardei nada sobre mim.
Falei tudo: sobre tua fidelidade e tua perfeição.
Não retive parcelas de amor nem de verdade
Para meu consumo. Eu disse tudo que sabia;
a congregação conheceu a história toda.
Agora, ó Eterno, não resistas a mim,
não moderes tua paixão.
Teu amor e tua verdade
é que me mantém de pé.
Quando os problemas conspiraram contra mim,
uma multidão de pecados foi enumerada.
Fiquei tão impregnado de culpa
que mal conseguia enxergar o caminho.
Mais culpa havia em meu coração que cabelos na cabeça.
O peso era tanto que meu coração desfaleceu.
Salmo 40.9-12
Meu reencontro com Deus através desses textos de reflexão bíblica aconteceu no pior momento possível de minha vida. Não há o que eu possa esconder.
Foi do fundo do poço, no meio do sofrimento por um grave quadro de depressão e com inúmeros problemas pessoais que rasguei o coração e a vida diante do Eterno e, diante dEle, iniciei o caminho de volta. E nesse caminho recuperar parte do chamado de ajudar as pessoas por meio da reflexão sobre as Escrituras foi irresistível.
Para fazer isso, não havia nada que eu pudesse omitir - nem de minhas dores e sofrimentos, nem de minhas culpas e falhas. Como o salmista, mergulhado na vida real, percebia o tamanho da dor e somava inumeráveis os meus pecados e culpas.
Não fiz segredo de meus sentimentos e não fiz segredo de minhas culpas.
Diante de Deus, os expus e por expô-los com honestidade me coloquei em posição de experimentar o cuidado, o amor e a paixão de Deus. Não escondi o que vivi, nem pretendo esconder o que fez o amor de Deus.
O fundo do poço começou a ficar distante em uma noite quando visitei uma igreja de Natal - não apenas porque pedi oração pela minha saúde como também porque percebi quão sem graça era a vida em que nada me dava prazer. Naquele instante bradei que não aguentava mais aquele poço escuro, fétido e enlameado em que eu estava.
Senti o amor de Deus e a sua mão começando a me puxar para fora.
Foi sua mão amorosa que me impulsionou para fora. Para fora da dor e da culpa. O amor esconde a multidão de pecados.
Além disso, eu escrevi minha história, sem omitir nenhuma parte. Um modo de confessa-la aos poucos amigos que leram-na.
Parte do processo de deixar de lado tudo o que pesava na alma e na vida para me deixar preso no poço. Sair do poço era também contar honestamente a minha história.
Eu disse tudo que sabia;
a congregação conheceu a história toda.
Diante disso tudo, posso ter certeza de que nem o amor, nem a verdade, nem a paixão de Deus por mim serão escondidos ou moderados: sua paixão, seu amor e sua verdade são derramados sem medida e percebidos assim por todo coração de que se humilha e se prosta diante dele.
Sair do fundo do poço também significa experimentar de maneira nova, rica e plena a paixão do Senhor por nós, seu amor e sua verdade.
Agora, ó Eterno, não resistas a mim,
não moderes tua paixão.
Teu amor e tua verdade
é que me mantém de pé.
A história não acabou porque você se sente soterrado por toneladas de dor, sofrimento ou pecado.
Ainda há espaço na história para o derramar do amor e do perdão de Deus, para o resgate amoroso do fundo do poço, para que você conte uma nova e ainda mais bela história de sua vida.
Não apenas uma história de sobrevivência ou resgate, mas uma história rica de encontro, reencontro e transformação na paixão, no amor e na verdade do Senhor.
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